quarta-feira, 2 de agosto de 2017

AUDIÊNCIA DEBATE FUTURO DA PETROBRAS NA BAHIA

A venda de ativos da Petrobras na Bahia, como parte do plano de reestruturação da companhia, tem dividido as opiniões de funcionários, que temem o desemprego e a precarização do trabalho no setor, e empresários interessados em atuar em áreas que possam ser concedidas à iniciativa privada.

“Já colocaram à venda a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), o Terminal de Madre de Deus e os campos terrestres; a BR Distribuidora está prestes a ser entregue e também a PBIO”, frisa o presidente do Sindicato dos Petroleiros, Deyvid Bacelar, que vê a possibilidade de extinção completa das atividades da Petrobras no estado, como parte do bolo de concessões já concretizado com a venda da Liquigás e da participação da companhia na Braskem, por exemplo.

O tema será debatido nesta quarta-feira, 2, em audiência pública, prevista para as 15 horas, na Assembleia Legislativa. O ex-presidente da companhia José Sérgio Gabrielli, um dos investigados pela Operação Lava Jato, está entre as personalidades esperadas para o evento, assim como o ex-ministro do governo Dilma e ex-governador Jaques Wagner, atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, além de representantes das centrais sindicais, prefeitos dos municípios onde há operação da Petrobras, empresários e especialistas da área.

Concessões
No caso dos empresários, há o interesse maior na exploração em campos terrestres maduros, densamente explorados pela companhia e que hoje já não representariam mais viabilidade econômica para as operações da estatal, mas que ainda podem ser lucrativas para as empresas privadas de pequeno e médio portes.

Ao visitar a Bahia na semana passada, onde proferiu palestra sobre o tema, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Décio Oddone, confirmou novos leilões de poços maduros no primeiro trimestre do ano que vem.

Em setembro, será realizada a 14ª rodada de concessões de blocos exploratórios, identificados pela estatal como com potencial para exploração, mas que a companhia nunca investiu. Serão 27 blocos a serem leiloados na Bahia, todos na Bacia do Recôncavo.

Independentes
Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás Natural (Abpip), cerca de 20 empresas estariam interessadas no leilão dos blocos exploratórios na Bahia, “com um interesse ainda muito maior caso estivessem em oferta os campos maduros”, como salientou o empresário baiano Anabal Santos Jr., diretor-executivo da Abpip.

O Sindipetro, por sua vez, teme a precarização do trabalho. Cita os exemplos do projetos de concessão do campo terrestre de Buracica, no município de Alagoinhas, e o campo de Miranga, um dos maiores produtores de gás do Brasil, no município de Pojuca.

“Os dois campos juntos geram cerca de 700 empregos, entre diretos e indiretos, além de receitas para os municípios, com pagamentos de royalties e ISS, além de contribuir para o desenvolvimento local e social, ou seja, representa um grande prejuízo a saída da Petrobras, a privatização desses campos”, afirma Deyvid Bacelar.

Enquanto isso, os empresários interessados em ampliar suas atividades no negócio batem na tecla de que vão valorizar a mão de obra qualificada, sobretudo dos trabalhadores que sempre trabalharam para a Petrobras. O sindicato, por sua vez, alerta que a Petrobras já vendeu US$ 13,6 bilhões em ativos e já reduziu em mais de 75% os investimentos realizados entre 2013 e 2016, saindo de US$ 48,8 bilhões para US$ 11,5 bilhões no ano passado.

Empresários
A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) é uma empresa de capital aberto (sociedade anônima), cujo acionista majoritário é o governo do Brasil (União), sendo uma empresa estatal de economia mista. A empresa foi instituída em 3 de outubro de 1953 e deixou de monopolizar a indústria petroleira no Brasil em 1997, mas continua a ser uma importante produtora do produto, com uma produção diária de mais de dois milhões de barris (320 mil metros cúbicos).

A multinacional é proprietária de refinarias, petroleiros e é uma grande distribuidora de derivados de petróleo. É líder mundial no desenvolvimento de tecnologia para a exploração petrolífera em águas profundas e ultraprofundas. É a 28ª maior empresa do mundo por receita. Em 2014 teve um prejuízo de R$ 21,587 bilhões, o maior desde 1986 [19] e o primeiro da empresa desde 1991. (As informações do A Tarde)

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