Segundo a Semps, não há previsão de quando a fila seja encerrada em Salvador. “Sempre existem rotinas de atualização e revisão cadastral o que implica em cancelamentos de benefícios em vários períodos do ano. Algumas dessas famílias voltam a se beneficiar e outras não voltam a receber em virtude de não mais atenderem ao perfil de renda, e então, no lugar destas, são selecionadas outras famílias, enquanto houver famílias habilitadas”, diz a secretaria, em nota.
Ainda de acordo com a secretaria, “as famílias da fila já estão habilitadas aguardando concessão, sem prazo específico para esta ocorrência, pois depende de orçamento do Governo Federal específico para este programa”. Já o MDS informou que a previsão é de que a fila seja encerrada este mês. “O Ministério tem adotado todas as medidas possíveis para incluir as famílias no Programa. A principal ação é o cruzamento de dados para verificar a elegibilidade das famílias e garantir que os recursos sejam pagos às famílias que realmente precisam do benefício”, explicou o ministério, por e-mail.
Na Bahia, de acordo com levantamento da Coordenação do Bolsa Família, são 427.823 aptas para entrar no programa. A coordenação é ligada à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS), que não possuía levantamento específico dos que aguardam vaga no programa atualmente.
Retorno ao programa
A procura pelo programa aumentou desde o ano passado e isso se reflete no número de pessoas que retornaram ao Bolsa Família. Em todo país, somente este ano, 143.866 voltaram ao Bolsa Família. Na Bahia, foram 16.781, segundo maior número do Brasil, atrás apenas de São Paulo, que teve o retorno de 20.458 famílias.
No ano passado, foram 519.568 famílias de volta ao programa no Brasil, sendo que destas, 52.159 eram da Bahia. Apesar do aumento da demanda, o ministério informou que “na gestão do ministro Osmar Terra, houve uma gradual redução da fila”, informou. A Bahia é o estado com maior número de famílias cadastradas do país: 1.694.182, de acordo com a folha de pagamentos do programa do mês de julho. O valor médio pago foi de R$ 182,86, com um total de R$ 309.280.321,00.
Para o professor Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia Antonio César Ortega, alguns fatores influenciaram para o retorno das pessoas ao Bolsa Família. "No caso da Bahia, e do Nordeste, temos anos seguidos de seca, o que ocasiona uma quebra de safra e redução de renda. As pessoas não estão produzindo, não têm o que vender, então recorrem ao programa", explica o professor, que organizou o livro As Políticas Territoriais Rurais e a Articulação Governo Federal e Estadual - um Estudo de Caso da Bahia.
Além disso, Ortega destacou o corte no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o desemprego. "Tudo isso contribui com redução da renda das famílias e o caminho é esperar a volta para o recurso. É a unica alternativa que as pessoas", explicou. O PAA é o programa no qual o governo federal compra alimentos da agricultura familiar e distribui para pessoas que estão em vulnerabilidade social. (As informações do Estadão)
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