quarta-feira, 2 de agosto de 2017

VOTOS 'INDEFINIDOS' DECIDEM FUTURO DE TEMER

A Câmara inicia nesta quarta-feira, 2, a sessão que vai analisar a denúncia por corrupção passiva contra Michel Temer, o primeiro presidente da República a ser alvo de acusação formal por um crime comum durante o exercício do mandato. Se houver quórum mínimo (342 presentes), os deputados votam por aceitar ou rejeitar o prosseguimento da denúncia. Para o Supremo Tribunal Federal julgar a acusação da Procuradoria-Geral da República é necessário o aval da Câmara. Em caso de aceitação da acusação pela Corte, o presidente é afastado por até 180 dias. Temer precisa do apoio de ao menos 172 deputados e intensificou nos últimos dias as articulações que incluem distribuição de cargos e emendas parlamentares.

Embora o Planalto esteja confiante e tente mobilizar os aliados para barrar já a denúncia no plenário, o placar da votação pode indicar o fôlego que o governo terá para a aprovação de reformas no Congresso e a rejeição de eventual nova acusação formal.

A decisão sobre o destino do governo Temer, que o peemedebista mesmo classificou como "congressual", está entre os 213 deputados que não declararam votos. Nesse contingente estão os parlamentares que não quiseram responder (156), os indecisos (54) e os que disseram que vão se abster, se ausentar e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) - ele disse que não vai votar. Conforme o placar, 190 deputados já declaram ser a favor da admissibilidade da denúncia e 110 disseram ser contra.

As siglas da oposição decidiram obstruir a sessão, não marcando presença, estratégia que pode ser revista. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu que o PT vote para acabar com o "lenga-lenga" do caso Temer, mas um governador petista, Rui Costa, da Bahia, exonerou dois secretários estaduais para que retomem os mandatos de deputado e ajudem a barrar a denúncia (leia na página A8). A acusação contra o presidente tem como base a delação da J&F. Para que seja admitida são necessários 342 votos, ou 2/3 dos deputados federais.

Bastidores
Na véspera da votação da denúncia, o ambiente na Câmara dos Deputados era de correria e concentração de parlamentares em reuniões para definição de estratégia. Governo e oposição traçaram linhas de atuação definida. A base de Temer se diz confiante, ainda que com apostas diferentes. Enquanto há deputados que garantem mais de 280 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia, outros dizem que este número está entre 200 e 220.

Considerado um integrante da tropa de choque de Temer, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), garante que o governo sairá vitorioso nesta quarta, e jogou para a oposição a necessidade de assegurar quórum para votação da denúncia. “Se querem ver o Brasil caminhar e não ficar parado discutindo o mesmo assunto, que compareçam à votação. Não podemos eternamente debater a questão”.

Quem também acredita que haverá a votação amanhã é o vice-líder do governo e líder do PR, José Rocha (PR-BA). O deputado baiano acredita que o governo deverá ter aproximadamente 250 votos. Na conta do parlamentar estão todos os colegas do PSD, PMDB e PP, legendas que fecharam questão em favor de Temer.
José Rocha, no entanto, deixou claro que só haverá quórum mínimo se houver participação da oposição. (As informações do Estadão)

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