No clássico O Poderoso Chefão, de Mario Puzo, o principal personagem, Don Corleone, afirma a importância de manter os amigos perto e os inimigos mais próximos ainda. É justamente o que a dupla Ba-Vi precisa pensar. Ao invés de toda rivalidade acirrada do clássico baiano, ambos podem dar uma pausa e ajudar um ao outro na reta final da Série B. Qual é o benefício dessa trégua? Os dois subirem juntos para a Primeira Divisão.
Neste sábado, 31, a partir das 16h10 da Bahia, uma mão lava a outra. O Leão encara o Náutico, no Barradão. Um triunfo mantém vivo o sonho do título, além de distanciar o concorrente pernambucano da cola do Tricolor, que pega o Botafogo no Rio de Janeiro para se distanciar dos perseguidores e frear o líder para alegria rubro-negra.
Os recentes empates contra Paraná e CRB afastaram o Vitória do topo. Está a cinco pontos do clube carioca. Para reduzir a desvantagem a dois pontos, o Rubro-Negro precisa vencer e torcer por triunfo do arquirrival no Engenhão. O técnico Vagner Mancini, porém, prefere um empate entre Bahia e Botafogo. Enxerga o Tricolor como um concorrente ao acesso e ao troféu.
"Nenhuma das equipes somaria vitória, e o Botafogo não se afastaria tanto. Seriam três pontos, já pensando no nosso triunfo", projetou Mancini. "O América-MG tem encostado, mas é momentâneo. Vamos vencer e voltar à vice-liderança", completou o treinador do terceiro colocado.
O auxílio mútuo entre tricolores e rubro-negros pode se repetir em mais duas oportunidades nesta Segundona, pensando-se no acesso à Série A. O América-MG, atual vice-líder com uma partida a mais, ainda enfrenta o Leão, e o Bahia duelará com o Náutico. A dupla Ba-Vi também enfrentará o Santa Cruz.
Rivalidade - Ajudas entre os arquirrivais baianos são raras. Na Série A de 1996, por exemplo, o Bahia lutava contra o Fluminense para não cair. Na última rodada, o Vitória receberia o time carioca no Barradão, mas preferiu mandar a partida no Espírito Santo e perdeu por 3 a 1. O Tricolor escapou da queda inédita porque venceu o Flamengo 1 a 0 no Rio.
Um ano depois, o Esquadrão, brigando contra a degola, jogou a derradeira partida na Fonte Nova contra o Juventude, concorrente do Leão por vaga na fase seguinte. O empate sem gols rebaixou o Bahia e eliminou o Vitória.
No octogonal final da Série C de 2006, os dois times baianos eram concorrentes, mas poderiam beneficiar um ao outro, tirando pontos dos demais clubes. O Rubro-Negro subiu, e o Tricolor ficou na Terceirona.
Treinador 100% - Para esta temporada, o técnico do Bahia, Charles, mira um final feliz. "Aproveitar esse clima externo de festa do Botafogo, que vê o acesso como praticamente garantido. É preciso ter a consciência do momento que a gente vive e a cabeça tranquila voltada para nosso objetivo, que são os três pontos. Se vencermos, a torcida nos abraça de vez no campeonato", afirmou, vitorioso nos dois primeiros jogos. (As informações do A Tarde)
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