Advogados do escritório de Tiago Cedraz, filho do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), o baiano Aroldo Cedraz, atuam ou atuaram em 182 ações da mesma corte, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, com base em levantamento feito pelo próprio tribunal. De acordo com Folha, apesar de não haver uma regra, pela legislação atual, que impeça Tiago ou seu escritório de atuarem no TCU, sua atividade sofre apuração interna na corte. Citado em depoimento de delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, Tiago passou a ser investigado pela Operação Lava Jato.
O empresário afirmou que pagou R$ 50 mil mensais ao advogado para ter acesso a informações do TCU. Tiago chegou a solicitar acesso ao depoimento em junho deste ano, mas teve o pedido negado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. Na relação dos processos, entregue ao Congresso há duas semanas a pedido do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA), está o nome de pessoas ou empresas atendidas pela firma, mas não há detalhes sobre os clientes exatos do filho do ministro.
Segundo Folha, 114 ações eram tomadas de contas especiais (TCEs), quando o TCU apura danos à administração pública federal para obter ressarcimento. Outros 14 são relatórios de auditoria e os demais, processos diversos. O escritório também atua ou atuou em 165 processos no STF, incluindo a investigação sobre o ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA), preso pela Lava Jato acusado de corrupção. Á Folha, o escritório Cedraz Advogados afirmou em nota que tem “mais de 35 mil processos em todos os ramos do Direito” e que “pauta sua atuação pelo rigoroso cumprimento da legislação”.
“Quaisquer ilações irresponsáveis e ilegais acerca da atuação dos profissionais que foram ou são do escritório ensejará de imediato as medidas legais cabíveis”, diz ainda o comunicado.
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