sexta-feira, 30 de outubro de 2015

POLÍCIA INVESTIGA PARTICIPAÇÃO DE PMs EM CASO DE MENINO JOEL E CABULA

Os soldados da Polícia Militar Lúcio Ferreira de Jesus, 35 anos, e Maurício Santos Santana, 34, estão sendo investigados em outras duas situações, além dos casos de sequestro e extorsão pelos quais foram presos na tarde desta quarta-feira (28). O nome do soldado Lúcio, lotado na Rondesp/Central, é citado no caso do Cabula. O fato aconteceu na comunidade da Vila Moisés, em fevereiro deste ano, e deixou 12 pessoas mortas. Os militares foram acusado de execução pelo Ministério Público da Bahia, mas absolvidos pela Justiça. O caso foi denunciado na Organização das Nações Unidas (ONU), em agosto.

Nesta quinta-feira (29), a assessoria da Secretaria de Segurança Pública (SSP) não soube informar se o soldado da Rondesp/ Central Lúcio Ferreira de Jesus que aparece nos autos do caso do Cabula é o mesmo militar preso por sequestro e extorsão ontem. O diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegado Moisés Damasceno, disse que ainda está investigando a participação do PM na situação do Cabula. "Não chequei se é a mesma pessoa, mas nos dois casos os nomes são iguais e ambos trabalham na Rondesp", disse.

O nome do PM Maurício Santos Santana, atualmente lotado na 39ª Companhia Independente da Polícia Militar (Imbuí/ Boca do Rio), aparece na lista dos nove militares investigados no caso da morte do Menino Joel, assassinado dentro de casa em novembro de 2010 durante uma operação da Polícia Militar no bairro do Nordeste de Amaralina. Joel tinha dez anos e estava se preparando para dormir quando foi baleado na cabeça. Os policiais foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia por crime doloso triplamente qualificado - cometido por motivo torpe, oferecendo perigo comum e impossibilitando a defesa da vítima.

Sequestro e extorsão - Os dois militares foram presos com outros dois PMs, Clóvis de Miranda Silva, 33 - lotado na 23ª Companhia Independente da Polícia Militar (Tancredo Neves) e o soldado da reserva Danilo Pereira Silva, 30, na tarde desta quarta-feira (28), em Tancredo Neves. De acordo com o delegado, Maurício e Clóvis estão sendo investigados pela corregedoria da PM, enquanto o soldado Danilo foi excluído da Corporação, em 2013. O delegado não soube informar os motivos das investigações, nem o da exclusão. Procurada, a assessoria da PM não se pronunciou sobre o assunto.

Os quatro homens estavam em um estabelecimento conhecido como Bar do Djalma, no bairro de Tancredo Neves, aguardando os comparsas, quando foram surpreendidos por investigadores do DCCP e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco). A polícia chegou até eles depois de prender os dois informantes da quadrilha, o comerciante Clemílson Meira Santos, 25, e o mototaxista José Vitor Pires de Novaes, 29, na Paralela. O grupo faturava até R$ 26 mil por semana.

Modus Operandi -
De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha especializada em sequestros e extorsões agia sempre da mesma maneira. "Eles usavam um carro, geralmente um Gol preto ou um Gol grafite escuro, com placa fria. Se identificavam como policiais civis de uma delegacia qualquer, algemavam a vítima e a levava com eles, como se fosse para uma averiguação", contou o delegado Damasceno. Ainda de acordo com o investigador, depois de entrar no veículo a vítima tinha o rosto corberto com um capuz para não saber para onde estava indo. "Eles rodavam com a pessoa no carro e faziam ameças, pressão psicológica, para poder conseguir dinheiro", disse.

A polícia suspeita de sete casos envolvendo a quadrilha, mas acredita que esse número pode ser maior. "Eles escolhiam pessoas que tinha probemas com a polícia ou a Justiça porque sabiam que seria mais difício essas pessoas procurarem uma delegacia. Suspeitamos que a quadrilha seja maior e que outras pessoas se revesavam na abordagem às vítimas, então, ainda estamos investigando", afirmou. Um dos carros usados nos sequestros foi apreendido junto com o grupo, na quarta-feira. O Gol grafite tem a placa JDH 3336, segundo a polícia, a mesma usada para praticar os crimes. A placa é fria e foi identificada diversas vezes por testemunhas dos sequestros. Ainda segundo a polícia, o grupo agia desde o ano passado e em diferentes pontos da cidade. (As informações do Correio)

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