O reajuste dos preços da gasolina (6%) e do diesel (4%) nas refinarias da Petrobras levou os consumidores baianos aos postos ontem para tentar garantir o preço mais baixo no litro dos combustíveis. Apesar dos novos valores terem entrado em vigor nas refinarias a partir das 0h de ontem, na capital baiana os postos ainda não aplicaram os reajustes nas bombas, o que deve acontecer a partir de amanhã.
O CORREIO foi a 13 postos de gasolina e observou que os valores continuaram os mesmos, ou até mais baratos. O movimento de motoristas, entretanto, chegou a dobrar em alguns postos, como no Menor Preço e no Posto Sete Portas, ambos na Rua Djalma Dutra - que tiveram fila com mais de 50 veículos.
Segundo o presidente do Sindicato de Postos de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis-BA), José Augusto Costa, a alta nas refinarias deve resultar em um aumento de cerca de R$ 0,20 no litro da gasolina. “O preço depende da determinação dos postos. Ontem, pela manhã, só uma distribuidora vendeu combustível com o preço novo. Hoje, todo mundo deve vender com o preço novo e, em até 48 horas, este aumento deve chegar ao consumidor baiano”, disse.
Apesar disso, ele ressalta que é impossível prever um percentual único de aumento. “Os preços variam conforme a localização. Tem o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), outros impostos, e a carga tributária - que varia entre os estados”.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o impacto na bomba deverá ser mais sentido para os consumidores de gasolina, cuja alta no país é projetada para 4%. O reajuste ocorre em contexto de queda nas vendas de combustíveis no Brasil, de 0,3% no acumulado do ano até agosto, segundo dados publicados pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). Além da procura pelos postos, outra consequência imediata será uma reação em cadeia em outros setores. “O combustível está ligado à logística. Vai gerar um impacto na inflação e em outros setores da economia”, explica Costa.
A partir de hoje, os consumidores terão que apertar – ainda mais – o bolso. “As coisas aumentam e o salário não acompanha. É um absurdo. Vou usar o carro só para ir ao trabalho. Se antes ia à praia longe, agora vou só andando. Almoçar fora, só se for no quintal de casa”, afirmou o funcionário público William Almeida, 47 anos. O aposentado Osvaldo Pereira, 66, também correu ao posto para encher o tanque. “Como não posso fazer nada, vim aproveitar este último momento com o preço antigo”. (As informações do Correio)
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