O líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), confirmou em depoimento que é de fato dele a voz em uma gravação em que apresenta um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26) pela defesa do parlamentar. Apesar disso, Delcídio afirma que é inocente e nega que ofereceu R$ 50 mil por mês para que Cerveró não fizesse acordo de delação premiada.
"Sim, sim (é ele nas gravações). Nas reuniões que foram apresentadas, inclusive, ele confirmou a presença dele na reunião. E, nas explicações, ele explicou tudo o que foi conversado", disse ao G1 Maurício Leite, advogado do senador. "Ele alega inocência, certamente, e estamos aqui para provar isso", acrescentou.
Ainda de acordo com o advogado, em depoimento de mais de 4 horas Delcídio foi questionado sobre vários trechos da gravação e "deu todas as explicações" à Polícia Federal. Leite afirma que Delcídio jamais ofereceu uma mesada para evitar que Cerveró fizesse acordo com a PF ou citasse seu nome. "Isso não ocorreu. Amanhã, nós vamos soltar uma nota à imprensa, explicando essa situação, mas já está esclarecido no depoimento dele e ele esclareceu essa situação, que isso não ocorreu". Delcídio está "muito chateado" com a prisão, mas permanece "sereno" aguardando o andamento das investigações.
Prisão - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira (25), o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), em Brasília, e o banqueiro André Esteves, dono do banco BTG Pactual, no Rio de Janeiro. A prisão está relacionada às investigações da Operação Lava Jato.
O senador chegou por volta das 8h15 à sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A prisão do senador foi autorizada pelo ministro-relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki.
De acordo com a Polícia Federal, o senador foi preso por tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato. A polícia também está cumprindo um mandado de prisão contra o chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
Segundo a PF, Delcídio tentou dificultar a delação premiada de Cerveró sobre suposta participação do senador em irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Delcídio teria chegado a oferecer fuga a Cerveró, para que o ex-diretor não fizesse a delação premiada. (As informações do G1)
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