domingo, 29 de novembro de 2015

SESAB CORTA GASTANÇA DE R$ 300 MI

Cerca de mil jogos de cama (lençóis e fronhas) se perdiam, por mês, entre a lavanderia do Hospital Roberto Santos (HRS) e os quartos e enfermarias. Além disso, o bandejão do local servia 50% mais refeições (seis mil) que o necessário (quatro mil) e cinco mil estagiários de medicina e enfermagem circulavam pelas dependências da unidade usando material do hospital sem qualquer tipo de ressarcimento ao estado pela faculdades onde estudam.

Outro problema identificado: a cobrança de atendimentos de segurados do SUS no Roberto Santos era feita de forma precária ao Ministério da Saúde. Nesse ambiente de crise econômica e baixa arrecadação, o combate ao desperdício e à ineficiência se tornou uma regra para o governador Rui Costa, que autorizou a Secretaria da Saúde (Sesab) a corrigir os problemas.

Produção - Hugo Ribeiro, diretor do HRS, informou que após implantação de programa de gerenciamento de faturas hospitalares e auditoria, quadruplicou a produção (cobrança de atendimentos ao SUS) e " a expectativa é quintuplicá-la, migrando de R$ 2 milhões em faturamento para R$ 10 milhões", por mês.

A redução nas despesas de nutrição girou em torno de 27%, cerca de R$ 300 mil ao mês. A Sesab colocou fiscais na lavanderia, para coibir o extravio de material, enquanto prepara a terceirização da lavagem da rede de saúde estadual. Catracas também foram instaladas para regular o acesso no refeitório e faculdades terão de pagar para que estudantes circulem nas unidades do estado.

O combate às distorções e desperdícios vai gerar uma economia de R$ 300 milhões este ano, segundo a Secretaria da Saúde da Bahia. O governador Rui Costa (PT), pressionado por crise econômica das mais graves e a baixa arrecadação, tem adotado uma série de medidas de contenção de despesas e economia para gerir a máquina pública. Na quinta passada Rui pediu aos secretários para "apertar mais o cinto" com o objetivo de o governo, como um todo, economizar R$ 250 milhões em novembro.

Licitações - Nesta semana, a Sesab deve lançar licitações para a renovação de 21 contratos de gerenciamento de hospitais de pequeno e médio portes da rede estadual, já terceirizado a organizações sociais. A fiscalização e a cobrança serão mais rígidas.

Quem vencer as licitações terá agora a obrigação, entre outras coisas, de informar, diariamente à Sesab o número de vagas da unidade, avaliar semestralmente o desempenho do diretor-geral, implantar o "sistema de apuração de custos da unidade (Apura SUS)" e destacar uma sala equipada para que um funcionário designado da secretaria fiscalize as atividades da unidade.

Outra novidade nos novos contratos será a composição do pagamento da Sesab: 90% do valor estará sujeito à variação de acordo com a avaliação das metas quantitativas e 10% do valor vinculado à avaliação dos indicadores de qualidade. Ou seja, quanto mais a unidade for produtiva e apresentar um atendimento de qualidade, recebe mais, aproximando-se do teto do valor do contrato.

Impõe, ainda, que as organizações gastem no máximo 70% dos repasses com recursos humanos e contrate 10% de profissionais de nível técnico e 10% de nível superior, "a título de primeiro emprego pelo período de 12 meses". Por fim, os novos contratos preveem a "incorporação" de uma empresa independente para auditar o cumprimento dos contratos de gestão. (As informações do A Tarde)

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