Duas pessoas suspeitas de envolvimento no incêndio a quatro ônibus do transporte coletivo, ocorrido na última quarta (29), no final de linha do bairro de Pero Vaz, em Salvador, foram levadas para a delegacia após uma operação realizada pela polícia na região, nesta quinta-feira (30). A informação foi divulgada pelo delegado Moisés Damasceno, do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), que apura o caso.
A suspeita, segundo a polícia, é de que o ataque ao coletivos tenha sido ordenado por traficantes da região em represália a morte de Gilson Barbosa da Cruz, de 23 anos. O jovem, conforme a polícia, teria ligações com criminosos e foi morto horas antes do incêndio aos ônibus, em uma troca de tiros com PMs no bairro da Santa Mônica. Moradores da localidade, no entanto, afirmam que o rapaz não tinha envolvimento com o crime e que estava trabalhando em um terreno quando foi baleado por PMs. O corpo de Gilson foi enterrado na tarde desta quinta-feira (30), no cemitério Quinta dos Lázaros.
A operação para tentar localizar os suspeitos de incendiar os ônibus, nesta quarta, contou com a participação de cerca de 200 policiais civis e militares. "O objetivo da ação foi localizar os indivíduos apontados como autores desses crimes, dessa barbaridade que ocorreu ontem. Encontrams dois suspeitos, que serão interrogados para sabermos se conseguimos reunir elementos suficientes para mantê-los presos", detacou.
Os nomes dos suspeitos levados para a delegacia não foram divulgados. Conforme a polícia, as duas pessoas localizadas já têm antecedentes criminais. O delegado Moisés Damasceno disse que ainda não é possível dizer quantas pessoas, ao todo, participaram do incêndio aos coletivos e que a polícia "ainda está tentando montar o quebra-cabeças". "Não temos número exato de participantes. O que podemos dizer é que alguns já foram identificados, temos os nomes completos e os locais onde moram. Enquanto de outros suspeitos temos apenas apelidos. Com relação aos que já foram identificados, fomos até as residências, mas somente esses dois foram localizados. Os demais correram", disse Damasceno.
O delegado não informou a quantidade de suspeitos já identificados pela polícia, mas disse que todos são envolvidos com o tráfico de drogas na região. A 2ª Delegacia Territorial, no bairro da Liberdade, em Salvador, instaurou inquérito para apurar o caso. Os rodoviários não estão circulando no fim de linha do bairro desde o ataque. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Fábio Primo, ainda não há previsão de quando os coletivos voltarão a circular no local. Os ônibus que iam até o fim de linha foram remanejados para o IAPI. Já os coletivos que paravam no fim de linha de Santa Mônica, seguirão para o Conjunto Bahia. Nesses dois pontos o policiamento também foi reforçado.
Caso - Três dos coletivos incendiados estavam no fim de linha do bairro do Pero Vaz. Ninguém ficou ferido. De acordo com a Polícia Militar, o crime foi motivado pela morte de um suspeito durante uma troca de tiros com PMs, em Santa Mônica, no fim da tarde de quarta-feira. O homem foi socorrido pelos policiais, mas não resistiu aos ferimentos. Segundo Fábio Primo, a circulação dos coletivos foi suspensa no bairro imediatamente após o ocorrido, por volta das 18h.
O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar as chamas nos ônibus. Por volta das 19h40, o fogo foi apagado. Ainda conforme a PM, homens armados, integrantes do mesmo grupo, tentaram incendiar outro coletivo no bairro de Santa Mônica, mas foram impedidos pelos policiais. O motorista estava sozinho e fugiu ao perceber a ação. O ônibus foi alvejado por muitos disparos, mas ninguém ficou ferido. (As informações do Correio)
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