terça-feira, 26 de julho de 2016

POLÍCIA PROCURA RESPONSÁVEIS POR INCÊNDIO A ÔNIBUS EM PARIPE

As polícias Civil e Militar tentam identificar os três homens que atearam fogo em um ônibus na tarde desta segunda-feira, 25, no início da tarde, na Rua Almirante Tamandaré - a principal do bairro de Paripe -, em protesto pela morte de Alisson de Jesus Santana, 15 anos. Segundo a população, o garoto foi morto, por volta das 10h da noite do domingo, durante uma ação de policiais militares da 19ª CIPM (Paripe), na Rua Bahia, uma transversal da Rua 14 de Setembro, na localidade do Bate Coração. Eles alegaram que Alisson estava na esquina da rua abraçado à namorada, quando os policiais chegaram ao local atirando. O adolescente foi atingido nas costas e já chegou morto no Hospital do Subúrbio (HS).

Sem se identificar, um morador acusou uma policial de prenome Patrícia, que seria subtenente da companhia, como sendo a autora do disparo que vitimou o jovem. "Foi ela que atirou e ainda proibiu a gente de dar socorro. Disse que vagabundo tinha que morrer. Quando tentamos pegar ele (sic), ela deu quatro tiros de pistola para cima", contou o senhor. Outros moradores relataram a mesma versão.

Mãe inconformada - "Por que Deus não fez isso comigo? Eu já estou velha! Meu pequenininho, meu Deus!", lamentou, aos prantos, a doméstica Luzinete de Jesus, 41, durante o sepultamento do filho caçula, na tarde desta terça, no Cemitério Municipal de Paripe. Conforme ela, Alisson não se envolvia com a criminalidade e foi morto pela polícia. "Ele tinha acabado de chegar de uma festa. Foi em casa e disse que ia ver a namorada. Ainda pedi para ele não sair", lembrou. Ela afirmou que o garoto cursava a 5ª e a 6ª séries e trabalhava carregando material de construção.

Moradores afirmaram que Alisson não é a primeira pessoa a ser morta pela policial. "Há 7 anos, ela matou meu sobrinho a sangue frio. Ele já estava rendido, mas, ela pegou e deu um tiro na cabeça dele", desabafou uma doméstica de 30 anos. Outro policial, identificado como capitão Nascimento, é apontado pela população como um dos mais violentos que trabalham na comunidade. O major Leão disse que vai apurar a denúncia e tentar identificar qual PM é o acusado, pois na companhia existem dois soldados com o mesmo nome.

Versão da PM - O major Elsimar Leão, comandante da 19ª CIPM, informou que ainda não tem como afirmar se policiais da unidade participaram da ação que resultou na morte do garoto. Com relação à acusação contra a subtenente, o major afirmou que a única policial de prenome Patrícia que trabalha na companhia não participa de ações de rua.

"Ela trabalha administrativamente", argumentou ele. Conforme uma fonte ligada à polícia, Alisson era traficante de drogas e fazia parte da quadrilha de um homem identificado como Lulinha, chefe do Bate Coração. "Foi ele [Lulinha] quem mandou colocar fogo no ônibus", afirmou o homem, sob anonimato. Moisés Carlos dos Santos Bulcão, 24, foi preso enquanto jogava pedra no ônibus. (As informações do Correio)

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