Um dos mandados de busca e apreensão emitidos pela Justiça na operação Oeste Legal foi cumprido em um edifício na Barra. O imóvel pertence ao capitão da reserva da Polícia Militar, o coordenador da Controladoria Regional de Trânsito (CRT) Getúlio Cardoso Reis, um dos cinco alvos da operação, que tem como objetivo combater grupos organizados de grilagem de terras que já causaram um prejuízo superior a R$ 30 bilhões na região Oeste do estado.
Nesta quinta-feira (25), o Detran-BA exonerou o capitão, que exercia a função comissionada de coordenador da CRT, responsável pela fiscalização dos Centros de Formação de Condutores (CFCs). O órgão argumentou que liberou o acusado, "para exercer o amplo direito de defesa". Por volta das 6h de ontem, agentes do Departamento de Combate ao Crime Organizado (Draco) chegaram à casa do capitão Getúlio, na Rua Belém do Pará, no segundo andar do Edifício Julita. “Revistamos tudo, mas nada foi encontrado”, disse o delegado Jorge Figueiredo, diretor do Draco. O capitão Getúlio foi ouvido e liberado.
A Operação Oeste Legal, deflagrada pelo Draco, cumpriu mandados de busca e apreensão e cinco medidas cautelares – quando as pessoas são levadas à delegacia para serem ouvidas em depoimento – nas cidades de Barreiras, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto. Durante o cumprimento das medidas cautelares, cinco pessoas foram presas por porte ilegal de armas. Entre os presos está o empresário Getúlio Vargas da Fonseca, 66 anos, conhecido como Getulhão. Com ele, foram apreendidos uma pistola 380 e um revólver calibre 357. Ele é tido pela Polícia Civil como o principal articulador do grupo e dono da WF Construções Imobiliárias, com sede em Barreiras.
Getulhão já foi preso no Piauí, durante a Operação Mercadores da Polícia Federal, juntamente com nove pessoas que faziam parte de um grupo criminoso especializado em grilagem, falsidade documental, estelionato, venda de liminares e sentenças, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva. Os outros presos foram o segurança dele, que portava um revólver calibre 38; um dos dois filhos de Getulhão investigados na operação, o ex-secretário de Meio Ambiente de Formosa do Rio Preto, Mário Eduardo Mignote, 36, com quatro armas (um revólver, uma pistola e duas espingardas); o dono de uma imobiliária Luís Rosa Filho, 42; e um funcionário dele (ambos estavam com duas pistolas e uma espingarda).
Filho de Getulhão, Getúlio Vargas Fonseca Filho, administrador da WF Construções Imobiliárias, foi conduzido para prestar depoimento na polícia e depois liberado. Os mandados foram emitidos pela Vara do Crime Organizado, do Tribunal de Justiça do estado da Bahia (TJ-BA), em Salvador. “O grupo era investigado há quatro meses, após recebermos denúncia do esquema”, declarou o delegado Jorge Figueiredo, que preferiu não revelar a participação de cada um no grupo criminoso. “As investigações não param e precisamos garantir o sigilo de algumas informações para garantir o sucesso da operação”, justificou o delegado.
Segundo o TJ-BA, o grupo investigado atuava com grilagem de terras no município de Formosa do Rio Preto, também na região Oeste. Eles usavam documentos fraudulentos. Após conseguirem transferir as terras para os nomes de pessoas e empresas ligadas ao grupo, os criminosos faziam operações bancárias e financeiras, dando as terras como garantia. Após receberem milhões nas transações, repetiam o procedimento utilizando novos documentos forjados.
Com mais de 100 policiais, a operação. Determinada pela Vara do Crime Organizado, também foi realizada no Mato Grosso e Paraná. Também foram cumpridas medidas cautelares em órgãos públicos para arrecadar documentos, como cartório de registro de imóveis, tabelionato de ofício de notas, cartório de títulos de documentos, entre outros órgãos públicos. “Não descartamos a possibilidade de envolvimentos de funcionários públicos no esquema”, declarou o delegado Jorge Figueiredo. (As informações do Correio)
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