quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

LIXO NAS PRAIAS JÁ CHEGA A1,2 MIL TONELADAS NESTE VERÃO

No verão, cresce o número de pessoas que frequentam as praias da capital baiana, durante as férias escolares. Por conta desse fluxo, a produção de resíduos já chega a 1,2 mil toneladas de lixo, desde 21 de dezembro passado, quase metade das 2,9 mil toneladas coletadas em todo o verão passado.

Os dados divulgados pela Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) apontam que as praias onde há maior produção de lixo em Salvador são o Porto e Farol da Barra, Piatã, Itapuã, Ribeira, Boa Viagem, Canta Galo, São Tomé de Paripe e Tubarão.

Para trabalhar na limpeza desses locais, 135 agentes atuam ao longo de 25 quilômetros do litoral soteropolitano, incluindo as ilhas, mas não têm dado conta da demanda diante da falta de educação dos frequentadores das praias.

O pescador aposentado Nelson dos Santos, 77 anos, conhecido como Pai Véio, testemunha que os agentes de limpeza passam todo dia pela rua K, em Itapuã. No entanto, avalia que falta consciência dos banhistas para manter o local mais asseado.

"A prefeitura faz a limpeza diariamente, logo cedo, mas não dá vencimento de manter limpo, por que é muita gente", ratifica. "Depois que tiraram as barracas de praia, o povo faz o que quer, traz de tudo, cooler, comida e, depois, larga tudo aí", acrescenta ele, que trabalha no local.

Restos de comida, latas de bebidas, embalagens plásticas – que levam centenas de anos para se degradar – são os resíduos mais comuns, observa o comerciante Cristiano de Jesus, 46 anos, que trabalha diariamente na praia de Piatã.

"Segunda-feira é o pior dia. É imundície por todo o lado. Muita sujeira vai parar no mar", lamenta o trabalhador. "Nós, antigos barraqueiros, ainda colocamos alguns recipientes para lixo, mas tem gente que joga no chão mesmo, por preguiça de levantar para ir até a lixeira", completa.

Estratégia - O presidente da Limpurb, Kaio Moraes, avalia ser comum o aumento no número de frequentadores das praias no verão, mas pondera que não há justificativa para sujar os locais. "Além de ser dinheiro público empregado na limpeza, existe o prejuízo ambiental e visual causado pelo lixo", diz.

O gestor informa que a produção de resíduos tem feito a Limpurb reavaliar a logística da limpeza, ao enviar os agentes para as praias onde há mais sujeira. "De acordo com o local, é preciso deslocar mais agentes e equipamentos para manter a praia limpa", informa Moraes.

Para limpar as praias da Ribeira, Barra, Pituba até Stella Mares são usadas limpadoras mecânicas, mini-tratores agrícolas e carretas-reboque. "Da Barra atá Ondina, por exemplo, temos agentes de bicicleta que coletam os resíduos nas lixeiras e recipientes anexos aos postes", citou.

Para mudar o quadro, além das multas para quem joga lixo no chão, Moraes diz estar em fase de conclusão uma campanha publicitária para conscientizar a população. "São ações educativas, atividades lúdicas e distribuição de saquinhos para banhistas e motoristas". (As informações do A Tarde)

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