quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

PMs SUSPEITOS DE EXECUTAR ADOLESCENTES NA BAHIA SEGUEM TRABALHANDO EM BATALHÃO

Os três PMs envolvidos na morte de dois adolescentes de 16 e 17 anos na localidade de Salgadália, no município de Conceição do Coité, no final do ano passado, seguem trabalhando no 16º Batalhão da Polícia Militar. Segundo a PM, eles foram afastados das atividades operacionais no dia 12 de dezembro, mas cumprem expediente administrativo.

Em nota, a PM informou que o Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado assim que o fato ocorreu e que este é o procedimento adotado em casos de auto de resistência. Ainda de acordo com a PM, mesmo sendo uma medida preventiva, a decisão pelo afastamento também tem relação com o apelo social do fato.

O processo de apuração do inquérito está em fase de conclusão e aguarda o resultado dos laudos periciais. O processo está sendo acompanhado pela Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS). O prazo de apuração de um Inquérito Policial Militar é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20 dias.

O caso - Os familiares de Vitor de Oliveira Silva, 17 anos, e Luiz Henrique Matos, 16, contestam a versão da PM de que os adolescentes estariam cometendo assaltos antes da abordagem. De acordo com familiares dos adolescentes, o duplo homicídio teria sido cometido por policiais quando os jovens se deslocavam em uma moto.

A mãe de Vitor, a pedagoga e professora Joelma Silva, defende que o adolescente era estudante do colégio estadual da comunidade, onde cursava o segundo ano do ensino médio, e havia terminado de fazer uma prova uma hora antes de ser morto. Vitor também fazia parte da comissão de jovens do Sindicato Rural do município. Em conversa com o secretário Geraldo Reis, da SJDHDS, o pai do adolescente, Oswaldo Silva, que é pedreiro, mostrou com orgulho as medalhas ganhas pelo filho em jogos de futebol.

O outro adolescente, Luiz Henrique, era filho de Sandra Bispo, que trabalhava numa churrascaria do local. O jovem cursava o último ano do ensino fundamental e trabalhava no turno oposto em uma locadora de videogame. (As informações do Correio)

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