O ex-motorista do aplicativo Uber José Santana Ribeiro, de 44 anos, vai responder por constrangimento praticado contra uma adolescente de 13 anos durante uma viagem na manhã da segunda-feira passada, conforme a delegada Ana Crícia Macêdo, titular da Delegacia Especial de Crime contra a Criança e o Adolescente (Dercca).
Em depoimento, na tarde desta terça, 22, a garota contou que, além de alisar sua mão esquerda e perguntar se ela era casada, José acariciou os próprios órgãos genitais. A família da menina procurou a polícia, após ela chegar à escola chorando e relatar à psicóloga da unidade o ocorrido. O serviço foi contratado pela irmã da adolescente para deslocamento do bairro do Saboeiro até a escola, em São Caetano.
“Coloquei ela no carro e fiquei monitorando pelo aplicativo. Percebi que ele tinha mudado de rota, pegou a Barros Reis, a San Martin. Aí tentei ligar para ela, mas não consegui, só dava caixa. Depois me despreocupei porque ele havia chegado à escola. Por volta das 8h, me ligaram da escola contando o que tinha acontecido”, narrou a irmã da menina, uma empresária de 36 anos.
A irmã da adolescente alega que está sendo hostilizada. “No Brasil, a vítima é culpada, porque sentou na frente, porque deixamos ela ir só... Não podemos denunciar, temos que ficar caladas. Não quero prejudicá-lo, mas não quero que outras pessoas passem pelo que estamos passando. Ela não mora aqui comigo, nunca pegou Uber só e vai para a escola de transporte particular”.
Negação
José foi ouvido pela delegada e negou o crime. “Ele disse que não fez nada. Apenas tinha tocado na mão dela e perguntado se era casada”, disse a titular Ana Crícia Macêdo.
Em conversa com a reportagem, José reafirmou sua inocência e disse que mudou de rota com o consentimento da menina, pois ela queria chegar cedo à escola. A viagem durou cerca de 30 minutos.
“Jamais faria isso. Sou casado e pai de duas meninas, uma de 15 anos e outra de 20. Fiquei surpreso. Fui saber depois, quando cheguei em casa depois do expediente. Trabalhei em uma empresa de Camaçari por sete meses e, em outra, por 20 anos”, afirmou.
Em nota, a diretoria do Uber disse: “Este tipo de comportamento não é tolerado e o motorista foi banido da plataforma”. José trabalhava no Uber há três meses.
Confira a nota na íntegra:
Este tipo de comportamento não é tolerado e o motorista já foi banido da plataforma. A Uber se coloca à disposição para colaborar com autoridades no curso de investigações. Vale lembrar que nenhuma viagem na Uber é anônima e este tipo de comportamento, se confirmado, leva ao imediato desligamento da plataforma. Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência contra a mulher. (As informações do A Tarde)
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