quarta-feira, 27 de maio de 2015

ESTUDANTES E SERVIDORES DA UFBA DENUNCIAM CASOS DE ZIKA E FAZEM MOBILIZAÇÃO

Na entrada da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no campus de Ondina, um cartaz estendido pelos estudantes avisa: “Interditada pela Vigilância Estudantil”. A mensagem é simbólica, mas, na prática, não há mesmo aulas lá desde quinta-feira, quando os alunos iniciaram uma mobilização, após casos suspeitos de dengue e zika vírus aparecerem entre alunos e servidores.

“Desde que começou a chuva, pelo que a gente notou, foram 32 casos”, diz o estudante do 5º semestre Victor Bastos, 23. A estudante Milena Sampaio, 30, conta que passou dez dias sem ir às aulas depois de contrair o zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue e da chikungunya. Milena tem certeza que foi picada na Ufba. “Eu fiz aula no dia 13 de manhã e, no final da tarde, já me senti mal”, lembrou.

O mesmo aconteceu com a auxiliar de limpeza Tairine Azevedo, 22. Ela e mais três funcionários adoeceram. “Fiquei a semana passada mal, não consegui vir trabalhar e hoje (ontem) um colega já foi embora com os olhos bem inchados”, contou. A escola tem 300 alunos. Além da mata que há atrás e na frente do prédio, atrás passa um córrego com esgoto e, ao lado, há um prédio abandonado.

“O prédio passou a ser almoxarifado e serve de depósito de material que vem de todos os prédios da Ufba. Mas não tem janelas nem portas, daí, quando chove, enche de água, o que vira foco do mosquito”, diz a estudante Iasmin Salume, 21, também do Diretório Acadêmico. Os estudantes reclamam também de janelas quebradas no prédio de Dança, o que facilita a entrada de mosquitos e até animais maiores. “Morcegos entram aqui de noite e ficam as fezes no chão”, aponta a estudante Carolina Vasconcelos, 25, do Diretório Acadêmico. Ontem pela manhã, os professores se reuniram no prédio.

A professora Carmen Paternostro apoiou os alunos. “A mobilização deles é legítima”, disse. Apesar das queixas, a Ufba negou, por assessoria, a existência de casos de dengue no campus e disse que está em ação o programa Ufba Contra a Dengue, com uma limpeza de focos nos campi.

Por outro lado, a coordenadora do Programa Municipal de Combate à Dengue, Isabel Guimarães, afirma que o local é, sim, foco constante de dengue. “Lá tem mosquito, sim. A gente visita quinzenalmente, sempre encontrando focos. Eu, inclusive, estou mandando uma equipe para lá esse final de semana porque recebi solicitação de alguns diretores das unidades”, afirmou Guimarães. (As informações do Correio)

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