Entre janeiro e abril, o governo central registrou superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) 50,9% menor em relação a igual período de 2014, somando R$ 14,592 bilhões. O valor corresponde a 0,78% do Produto Interno Bruto (PIB) e é o menor para o período desde 2001. De acordo com números divulgados, ontem, pela Secretaria do Tesouro Nacional, o déficit acumulado em 12 meses pelo governo central é de R$ 35,4 bilhões (0,63% do PIB). O valor está muito distante da meta do governo central prevista para 2015, de R$ 55,2 bilhões. De janeiro a abril, as receitas somaram R$ 432,192 bilhões, crescimento nominal de 3,3% e queda real de 3,3%.
Já as despesas totalizaram R$ 89,111 bilhões, avanço real de 3,7% e nominal de 12,2%. O resultado apresentado ontem, segundo especialistas ouvidos pela Agência Estado, indica que dificilmente o governo vai cumprir a meta fiscal de 2015.
“Esses números indicam que o primário do setor público consolidado chegará a 0,5% do PIB neste ano. Embora seja uma melhora em relação ao déficit de 0,6% do Produto Interno Bruto registrado em 2014, não é suficiente. A dívida bruta deverá subir em 2015, com alta dos juros e retração do PIB, e poderá levá-la para 68% do Produto Interno Bruto em dezembro”, comentou José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e economista-chefe da Opus Gestão de recursos, que completou: “No primeiro quadrimestre, a queda real das receitas se deveu à recessão que o país enfrenta.
Contudo, a alta nominal de 12,2% das despesas, quase 4% de elevação sem a inflação, indica que o governo precisa cortar gastos com pressa”. Para ele, nessa categoria o principal candidato a reduções serão os investimentos. “O quadro atual das contas públicas também indica que o poder Executivo vai aumentar mais impostos”, destacou. Entre os tributos que poderão entrar na mira do Tesouro Nacional, ele afirma que podem figurar PIS e Cofins, além de juros sobre o capital próprio. (As informações do G1)
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