sábado, 23 de maio de 2015

PAÍS FECHA 97,8 MIL VAGAS DE EMPREGO EM ABRIL, O PIOR RESULTADO JÁ REGISTRADO NO MÊS

Contrariando as expectativas do mercado e do próprio Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram fechadas 97,8 mil vagas de emprego no País em abril. O número do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apresentado nesta sexta-feira, 22, em Florianópolis, é o pior para o mês de abril de toda a série histórica, iniciada em 1992. Abril é tradicionalmente um mês com saldo positivo de empregos. A última vez em que haviam sido registrados cortes de vagas no período foi exatamente em 1992, com saldo negativo de 63 mil empregos. Em abril do ano passado, foram criados 105 mil postos de trabalho.

O resultado do mês passado ficou muito abaixo das expectativas do mercado, coletadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. O levantamento apontava para um número que iria de 5 mil negativo a positivo de 95 mil.
O número também pegou de surpresa o Ministério do Trabalho. Após a divulgação, o ministro Manoel Dias afirmou que o resultado foi pior que o esperado. Dias deu como explicação para o número ruim o fato de o Brasil viver um momento de ajuste, e culpou o embate político que vive o País por parte do resultado negativo.

“O discurso político afeta a economia e faz com que se tenha retração no consumo e no investimento”, disse. Segundo ele, outro motivo pelo dado fraco é o efeito da operação Lava Jato, que suspendeu empreendimentos no País. Salários Na opinião do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o resultado do Caged veio em linha com o objetivo implícito do governo de reduzir o nível de salários no País.

“É claro que o governo não vai admitir isso explicitamente, mas, ao reduzir o mercado de trabalho, ele consegue mexer nos salários. Essa é a forma de se ajudar no processo de arrefecimento da inflação para levá-la ao centro da meta em 2016”, disse o economista. O resultado negativo do Caged de abril, na avaliação do sócio-gestor da Leme Investimentos, Paulo Petrassi, deve se repetir ao longo do ano e até se agravar, tornando mais difícil para o Banco Central justificar o aumento da taxa básica de juros como instrumento de controle da inflação.

“O indicador deve continuar a se deteriorar diante da recessão esperada para este ano e o próximo”, avaliou Petrassi. “Já percebemos nas falas do (Alexandre Tombini (presidente do Banco Central que o BC está se blindando para ter argumentos suficientes para subir o juro na próxima reunião do Copom porque, apesar da inflação alta, a gente vê um nível apático de atividade na economia.” (As informações do Estadão)

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