quarta-feira, 26 de agosto de 2015

SALVADOR RECEBE MONUMENTO A MORTOS NA DITADURA MILITAR

Um monumento com os dizeres "Homenagem aos baianos mortos e desaparecidos e a outros brasileiros que aqui tombaram na luta pela liberdade e contra a ditadura" será inaugurada, nesta quinta-feira, 27, às 17 horas, na praça do Campo da Pólvora. A inauguração faz parte das atividades da Semana da Anistia, que começa nesta quarta, 26, e se estende até sábado, como parte das homenagens pelos 36 anos de promulgação da lei que restabeleceu os direitos políticos de quem se opôs ao regime militar.

Obra do artísta plástico baiano Ray Vianna, o monumento terá placa com o nome de 32 baianos que lutaram durante a ditadura, como os guerrilheiros desaparecidos no Araguaia, Dinaelza Santana e Wandick Coqueira; o ex-militante da Ação Popular (AP), J orge Leal Gonçalves; e o líder comunista e ex-parlamentar, Carlos Marighella.

Também terão seus nomes inscritos no monumento dois ativistas mortos na Bahia - o capitão do Exército Carlos Lamarca e sua companheira, Iara Iavelberg - e um desaparecido no estado, o ex-militante do Movimento estudantil e da Ação Popular (AP), Gildo Lacerda. Vice-presidente da ONG Tortura Nunca Mais na Bahia, Diva Santana, que também é conselheira da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos da secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, disse que o monumento, mais do que uma homenagem aos que deram a vida contra à ditadura militar, representa a continuidade da luta pela liberdade.

"Este monumento é um desejo antigo das forças progressistas da Bahia em homenagear os baianos que lutaram pela democratização do país e que está sendo possível, agora, com o apoio do governo do estado e da prefeitura que cedeu o espaço", afirmou Diva. Presidente da Comissão Estadual da Verdade (CEV-BA), o sociólogo baiano Joviniano Neto assinalou que a inauguração do monumento marca a entrada da Bahia em um processo que já avançou em outros estados: a implantação da rede de memoriais sobre a resistência e a luta pela redemocratização.

"É preciso que o governo dê efetividade ao Memorial da Resistência (Pelourinho), à Casa de Marighella, ao tombamento da Galeria F (celas na Penitenciária Lemos Brito onde presos políticos ficaram detidos)", defende Joviniano Neto. Nesta quarta, dentro da Semana da Anistia, será exibido o filme "D. Tomóteo", no colégio das Dorotéias (Garcia), com análise do filósofo da Ufba, Antonio Saja. Na quinta, 27, e sexta, 28, no Palacete das Artes, ocorre o Seminário sobre a Rede de Memoriais da Resistência. No sábado, 29, o filme "Sinais de Cinza", de Henrique Dantas, encerra a programação na Biblioteca Central (Barris). (As informações do A Tarde)

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