O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que o pecuarista José Carlos Bumlai, preso nesta terça-feira (24), em meio a 21ª fase da Operação Lava Jato, utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao banco Banco Schahin. O empréstimo principal em investigação nesta fase era inicialmente de R$ 12 milhões. O dinheiro dos empréstimos era destinado ao Partido dos Trabalhadores (PT), de acordo com o procurador Diogo Casto de Matos. Em troca, empresas do grupo Schahin conquistaram o contrato de navio-sonda Vitória 10.000 na petrolífera, sem licitação.
O procurador Diogo Castor de Mattos disse que, além do empréstimo principal, há pelo menos uma dezena de outros empréstimos, no valor de dezenas de milhões de reais, envolvendo pessoas físicas ligadas ao pecuarista. A prisão de Bumlai é preventiva, que não tem data para vencer. Bumlai deporia nesta terça na CPI do BNDES, na Câmara, que investiga operações envolvendo o banco, por isso viajou a Brasília.
O nome de Bumlai, que é empresário do setor sucroalcooleiro e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com livre acesso ao Palácio do Planato, apareceu em colaboração premiada de Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras, e do lobista Fernando Baiano. Baiano afirmou que Bumlai recebeu R$ 2 milhões em propina. O dinheiro, conforme colaboração premiada do lobista, era o pagamento em virtude da intermediação de Bumlai junto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um contrato com a petrolífera.
Autor - Ao complementar as explicação sobre esta nova fase, o procurador Carlos Fernando de Santos Lima disse que a comprovação dos fatos envolvendo a Petrobras está adiantada. Ele afirmou que existe claramente uma "vinculação política" nesse primeiro empréstimo, à época que José Dirceu era ministro da Casa Civil.
Dirceu, condenado pelo caso Mensalão, também é réu em ação no âmbito da Lava Jato e está preso no Complexo Médico-Penal, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Diante da proximidade entre Bumlai e Lula, o procurador afirmou que há comprovação de envolvimento do ex-presidente petista no esquema de corrupção. É sabido, segundo Lima, que houve o uso do nome de Lula. "Existe notícias de que a ordem tenha vindo de cima, mas é uma informação que não teve o conteúdo efetivo". (As informações do G1)
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