Com os gastos com educação comprometendo quase 10% do orçamento dos baianos, correr atrás de um bom desconto para garantir a matrícula escolar vai exigir dos pais antecipação. Isto porque, quem matricular primeiro, pode garantir descontos de até 50%, ou até mesmo uma bolsa integral para o ano letivo. É possível também agregar aos descontos condições especiais para o fardamento, transporte e material didático.
No acumulado do ano, segundo dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), feita pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, os custos com educação consomem 9,12% do orçamento de uma família baiana. Este comprometimento deve aumentar no ano que vem, já que a expectativa de reajuste na mensalidade é de 15%, índice bem acima da inflação. Para ajudar os pais que querem barganhar um bom desconto e garantir uma economia, o CORREIO entrou em contato com 30 escolas da capital. Destas, pelo menos dez estão com planos vantajosos para quem pagar antes a primeira mensalidade do ano.
“É uma boa estratégia das escolas. Se o pai paga a matrícula antecipadamente, as instituições ficam com fluxo de caixa e não precisam recorrer a empréstimos”, ressalta o presidente da Confederação Nacional de Estabelecimentos de Ensino (Confenen), Roberto Dornas. “Já os pais que possuem uma despesa muito grande no início do ano podem amortizar isso com condições facilitadas. Dentro de uma crise, cada um tem que ver como diminuir o impacto sem perder o aluno e sem o aluno perder a escola”, completa.
Vantagem
Além de qualidade no ensino, os pais também estão em busca de preço. Quando o filho Cauã precisou mudar de escola no ano passado, a fotógrafa Faísa Freire não abriu mão de fazer uma pesquisa que proporcionasse o melhor custo benefício.
Como a escola anterior de Cauã era só até a educação infantil, no dia da festa de encerramento, Faísa foi até a secretaria do colégio e pediu o contato das mães dos coleguinhas do filho que também precisavam mudar de escola. Juntou um grupo de cinco mães e o grupo conseguiu um desconto de 25% no novo colégio. “Elas toparam de cara e, além de reduzir o valor da mensalidade, a turminha ficou junta. Isso ajudou muito a ele se adaptar direitinho no novo colégio”, relata a fotógrafa.
A situação também não está fácil para as escolas, como assegura o diretor do Colégio Dois de Julho, Marcos Portela. Do mês de julho para cá, a inadimplência chegou a 20%. Além da promoção de um concurso de bolsas com descontos de 50%, a escola também vai ofertar para o próximo ano o financiamento estudantil. “Estamos fechando o contrato de parceria com o banco e buscando a menor taxa de juros possível, no sentido de tentar chegar ao máximo a um patamar viável para os pais”.
O diretor do Colégio Fortunato, Lury Fortunato, também concorda que as escolas precisam buscar alternativas para não perderem o aluno da casa e não deixar de atrair novas matrículas por conta da crise. “Quanto antes o pai fizer a matrícula maior é o desconto. Temos ‘combos’ com descontos de até 50%. A gente sempre tenta flexibilizar ao máximo”, explica. “Não adianta aumentar o preço da mensalidade e depois os pais não terem condições de honrar”, acrescentou Fortunato. (As informações do Correio)
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