A redução na procura por imóveis para aluguel durante o Carnaval está provocando uma diminuição no valor cobrado pelos proprietários em relação ao ano passado. Em alguns casos, o decréscimo atinge 20%, segundo avaliação do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci-BA). "Um apartamento em Ondina que foi colocado para aluguel durante o Carnaval por R$ 7 mil este ano está sendo oferecido por R$ 6 mil", disse a corretora de imóveis Consuêlo Leal, conselheira e diretora do Creci, que recomenda aos donos rever os preços que estão sendo estipulados.
"É uma tendência que se aprofunda a cada ano. Não está mais sendo tão fácil alugar imóveis para Carnaval", destaca Consuelo. A pouco mais de duas semanas para o início da festa, ainda é possível ver diversos anúncios de aluguel por temporada espalhados pelas janelas da Avenida Presidente Vargas, em Ondina, área com vista privilegiada para o Circuito Osmar. Para os donos destes imóveis ainda resta a esperança em quem decide viajar em cima da hora.
"Normalmente, quem vem para o Carnaval procura imóveis com antecedência. A busca começa em agosto e o negócio costuma ser fechado até outubro", afirma Consuêlo, que trabalha com apartamentos de temporada em Salvador há mais de 20 anos, focando sua atuação na classe média e classe média alta. E, se o movimento de consultas por imóveis foi menor na época mais importante, às vésperas do Carnaval as chances de fechar negócio são menores, avalia.
O corretor de imóveis Marcos Cabral tem uma opinião diferente. " (O movimento) começou bastante tímido, apenas com contatos esparsos e muita pesquisa por parte dos clientes, que, influenciados pelo momento econômico do país, procuram tirar vantagem em lugares privilegiados pagando preços módicos; mas, a partir do momento que sentiram perder oportunidades, acabaram aceitando opções que anteriormente não aceitavam temendo perdê-las", afirma o corretor.
O perfil de seus clientes vai de famílias e jovens de alta renda de São Paulo e Goiás, a famílias e indivíduos de classe média de estados como o Ceará e Pará. "Eles podem até reclamar da situação que igualmente nos afeta, mas quem gosta da festa não deseja de forma alguma ficar fora dela", afirma Cabral.
Ele diz não ter sofrido uma redução no seu faturamento em relação ao ano passado. "Os valores praticamente se mantiveram para mim", afirma o corretor. Com um apartamento de dois quartos em Nazaré, o comerciante Fernando Andrade ainda espera alugar o apartamento para os dias de Carnaval. "Como não é exatamente no circuito, estou pedindo menos", afirma Andrade, que estipulou em R$ 3,5 mil o preço do pacote para a festa.
Comportamento mudou - Para Consuêlo Leal, do Creci, o Carnaval tende a perder ainda mais importância no segmento de aluguel de temporada. Ela aposta em outras demandas para o setor, como pessoas que vêm a Salvador para estudar, participar de congressos ou mesmo quem está reformando o seu imóvel e precisa de um lugar para passar um tempo.
"Em São Paulo, ninguém que vai ficar mais de três dias na cidade se hospeda em hotel. E essa é uma tendência que está crescendo também em Salvador", afirma a corretora. Para ela, o aluguel de temporada segue promissor ao longo do ano, mas o proprietário não deve contar muito com os dias de Carnaval. "Essa coisa de deixar um imóvel só com geladeira e fogão e esperar ganhar dinheiro com isso não funciona mais. As pessoas estão mais exigentes", declara Consuêlo. (As informações do A Tarde)
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