sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

DILAM FAZ APELO PELA APROVAÇÃO DA VOLTA DA CPMF EM REUNIÃO DO CONSELHÃO

A presidente Dilma Rousseff usou o seu discurso durante a primeira reunião do Conselhão realizada nesta quinta-feira, 28, no Palácio do Planalto, para pedir ajuda a empresários, sindicalistas e representantes da sociedade civil para tirar o País da crise e fazer a economia voltar a crescer. Para isso, a petista defendeu que é preciso debater temas polêmicos, como a volta da CPMF e a reforma da Previdência.

“Preciso do Conselho, preciso das ideias e propostas do Conselho. Preciso de tudo isso que possa nascer nesse fórum, para atingir aquela que é a maior prioridade do meu governo e maior desejo de nosso povo: voltar a crescer de forma sustentável para gerar emprego e renda para a população”, disse Dilma já no início da sua fala, que durou cerca de 30 minutos.

Com frases de efeito como “uma crise é muito dolorosa para ser desperdiçada”, a presidente defendeu que são em momentos como estes em que “surgem oportunidades para construir soluções criativas e duradouras para desafios difíceis”. Criticada em seu primeiro mandato por não “escutar”, Dilma garantiu aos mais de 90 membros do Conselhão que, de agora em diante, não haverá “temas interditados ao diálogo”. “O Brasil está sedento por consenso, estabilidade e soluções”, afirmou.

Ao destacar a recriação da CPMF, a presidente reconheceu que muitos podem ter dúvidas ou até se oporem ao tributo, mas pediu “encarecidamente” que reflitam sobre a “excepcionalidade do momento” que torna a CPMF a “melhor solução”. Ela citou a facilidade de recolhimento do tributo, o baixo custo de fiscalização, o pouco efeito sobre a inflação e o fato de a contribuição ser “rigorosamente temporária”.

Dilma, no entanto, afirmou que se os conselheiros tiverem alguma alternativa tão eficiente quanto a CPMF, ela e seus ministros estão “absolutamente disponíveis ao diálogo”. O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que recriar o imposto sobre cheques é a melhor opção para o País em um momento de “restrição fiscal”. “Avaliamos todas as alternativas no ano passado e optamos por esse imposto por considerar que tem menor impacto na economia e é imposto que tem menos impacto regressivo”, justificou. “Se alguém tiver alternativa que gere impacto menor e mesma arrecadação, estamos dispostos a discutir”, disse.

A presidente também voltou a defender a reforma da Previdência, tema que recebe críticas até mesmo do seu partido, o PT. Segundo Dilma, pode “causar estranheza” ela levantar essa bandeira neste momento, mas se trata de uma “questão de responsabilidade”. “Por isso insisto, a hora é agora. O grande benefício é a sinalização de que o futuro será estável e terá regras claras e sustentáveis”, disse.

Em um aceno aos movimentos sociais, ela ressaltou, no entanto, que o governo sabe que qualquer mudança nessa área deve respeitar os direitos adquiridos e precisa levar em conta um o período de transição. Além da volta da CPMF e da reforma da Previdência, Dilma disse que o Brasil tem o desafio de debater “uma reforma tributária equilibrada”, citou a necessidade de melhorar o ambiente de negócios no Brasil e afirmou que agenda de leilões de concessões será intensa em 2016.

Prestes a enfrentar um processo de impeachment no Congresso, a presidente terminou o seu discurso dizendo que pretende entregar ao seu sucessor, em 2019, um País “preparado para os desafios das próximas década”. O próximo encontro do Conselhão, que não se reunia desde julho de 2014, está marcado para abril. A nova composição, que teve uma renovação de 70% dos participantes, conta com nomes como o empresário Jorge Gerdau, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, e o ator Wagner Moura. (As informações do Estadão)

Nenhum comentário:

Postar um comentário