Quando a chef Nalva Oliveira, 45 anos, trocou Salvador pela Praia do Forte, em Mata de São João, há 18 anos, o objetivo era fugir da violência. O balneário, que começava a ser um dos principais redutos turísticos do estado, parecia ser um paraíso de tranquilidade. Hoje, não é bem assim. Depois que seu restaurante italiano, o Taverna Paradiso, foi assaltado na semana passada, ela vive com medo. “Ontem (anteontem), fui para casa acompanhada de dois garçons. Tem cinco dias que não durmo”.
O assalto ao restaurante de Nalva não foi o único nos últimos dias. Em duas semanas, os próprios comerciantes apontam pelo menos seis estabelecimentos arrombados, somente na rua principal da Praia do Forte. Todos aconteceram de forma parecida: o invasor entra pelo telhado, desliga as câmeras ou os disjuntores e leva o que lhe parece mais “atraente”.
Só na madrugada que a Taverna Paradiso foi arrombada, no dia 15, outras duas lojas foram atacadas. No restaurante, um suspeito – homem, magro, que sempre parece usar uma camisa para cobrir o rosto, nas poucas imagens que o registram, antes de desligar as câmeras – tentou entrar pelo telhado, mas não conseguiu. Subiu, então, uma escada do lado de fora que dá para o primeiro andar.
Já dentro do restaurante, uma das câmeras registrou a ação do invasor usando uma camisa da Seleção Brasileira e um pano enrolado no rosto, por menos de um minuto. Ele arrombava uma das portas. Depois, a câmera não registra mais nada. No escritório, levou o dinheiro que estava no caixa – cerca de R$ 1,5 mil – e foi embora.
Gatuno contumaz - “Se essa propriedade não fosse minha, eu iria embora. É muita coisa para um lugarzinho desse tamanho, que tem entrada com pórtico. Os policiais até estão em busca, mas ele é um gato que age à noite”, desabafou Nalva.
Naquela mesma madrugada, ele já tinha passado em uma loja de roupas masculinas – a South – e numa de assistência técnica de TV a cabo. Nas duas, entrou pelo telhado. Na South, entrou por um pequeno espaço em que as telhas são de vidro. “Na hora de sair, ele não conseguiu subir. Pegou uma tesoura e cortou o silicone que prendia o vidro da vitrine e saiu pela frente”, diz a vendedora Carlisiane Alcântara, 32.
O gatuno não foi embora antes de levar cerca de 30 peças de roupa – a mais barata custando R$ 75 – que colocou em uma mochila de R$ 200 . Além disso, levou cerca de R$ 200 do caixa. Se cortou com os vidros do telhado e ainda deixou um rastro de sangue pela loja. (As informações do Correio)
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