A presidente Dilma Rousseff tratou o presidente da Câmara dos Deputados como "corrupto" no discurso de entrega de mais um lote de casas do programa Minha Casa Minha Vida, na periferia de Salvador. Ao se referir ao processo de impeachment na Câmara dos Deputados disse: "Não acharam nenhum outro motivo como crimes que eles são acusados e praticaram, eles têm acusação, eu não tenho. E, o mais estranho é quem me julga é corrupto. Essa pessoa, que é o presidente da Câmara, é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta no exterior, é acusado pela procuradoria da República..." Nesse momento foi interrompida pelo coro "Fora Cunha, fora Cunha" de militantes do MST e Movimento dos Sem Tetos presentes no evento.
Dilma voltou a bater na tese segundo a qual sem "crime de responsabilidade", impeachment é "golpe". "Não há crime, nunca recebi dinheiro de propina, não tenho conta no exterior não sou acusada de corrupção", disse, alegando que as tais "pedaladas fiscais" seriam apenas transferências de recursos para beneficiar a população carente investindo em programas sociais.
"(A 'pedalada')Virou crime em 2014 e 2015, significa dois pesos, duas medidas. Isso significa injustiça, por isso digo estar sendo vítima de grande injustiça. Não tem uma acusação dizendo que eu peguei dinheiro para mim. Muitas das negociações que me acusam sequer participei". Dilma agradeceu aos 24 deputados federais baianos que votaram contra o impeachment na Câmara, muitos dos quais presentes ao evento.
Sem citar o vice-presidente Michel Temer, ironizou o fato dele se beneficiar com o impedimento. "Se eles querem chegar ao poder e não tem crime, só tem um caminho: disputem eleições, vão para a frente do povo e digam o que vocês querem. Não dizem, (pois) querem chegar na minha cadeira sem voto. É claro que isso é muito confortável, não tem que prestar contas ao povo brasileiro, o que vai fazer com os programas sociais".
Dilma criticou pontos do programa do PMDB "Uma ponte para o futuro". Alegou que a intenção de Temer é cortar os programas sociais. "A gente sabe que tem um programa, começa com uma coisa muito grave: vamos revisitar os programas sociais. Que que é revisitar os programas sociais?". Segundo ela seria diminuir a quantidade de dinheiro que o governo coloca para esses programas. "Querem desvinculara obrigação do governo em gastar com educação e saúde. Mesmo passando por dificuldades, é possível sair dessas dificuldades sem comprometer os programas sociais", disse.
Por fim, a presidente disse que os baianos "não se conformam com esse processo e vão lutar contra". Disse ainda que os petistas não são "violentos". "Violentos são aqueles que estão contra nós e fazem toda sorte de provocações. Queremos a paz, não hostilizamos as pessoas porque pensam diferente de nós. Queremos o debate, a relação amigável, tenho certeza que nós juntos conseguiremos impedir, não deixar de caminhar esse golpe contra a democracia do nosso país". (As informações do A Tarde)
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