quarta-feira, 27 de abril de 2016

BC DEVE MANTER JURO EM 14, 25% AO ANO, MAIOR PATAMAR EM UMA DÉCADA

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (27) e deve manter, pela sexta vez seguida, os juros básicos da economia brasileira estáveis em 14,25% ao ano. Trata-se do maior patamar em quase dez anos, segundo previsão dos economistas do mercado financeiro. A decisão sobre a taxa de juros será anunciada na noite desta quarta. Ao subir os juros ou mantê-los elevados, o BC encarece o crédito e reduz o consumo no país, atuando assim para segurar a inflação que mostrou resistência no ano passado e no início de 2016. Por outro lado, os juros altos prejudicam o nível de atividade da economia brasileira e, também, a geração de empregos.

Cenário da economia - Atualmente, a economia brasileira passa pela maior recessão de sua história. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) teve retração de 3,8% e, para este ano, o mercado financeiro já prevê um tombo maior ainda, de 3,88%. Se confirmado, será a primeira vez na história com dois anos seguidos de encolhimento do PIB. Com a economia patinando, o desemprego cresce. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o desemprego ficou em 10,2% no trimestre encerrado em fevereiro - o maior índice da série, iniciada em 2012.

Pela primeira vez, a taxa da Pnad Contínua atinge dois dígitos. Esses fatores contribuem, teoricamente, para o controle da inflação. Porém, ainda influenciada pelo alto patamar do ano passado, a inflação brasileira, em 12 meses, segue elevada, apesar do recuo nos meses recentes. No período de 12 meses até março passado, a inflação somou 9,39%. Com isso, continua bem acima da meta central de 4,5% fixada para este ano, e também do teto de 6,5% do sistema de metas brasileiro.

Previsões e sinalizações do BC - No fim do mês passado, o BC estimou que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, deve ficar entre 6,6% e 6,9% neste ano. Deste modo, ficaria, pelo segundo ano seguido, acima do teto de 6,5% determinado pelo sistema de metas de inflação do Banco Central. Em 2015, a inflação somou 10,67%, a maior taxa desde 2002. O mercado financeiro previu, na semana passada, que o IPCA deste ano somará 6,98%. A expectativa dos economistas dos bancos para a inflação deste ano vem recuando sistematicamente nas últimas semanas por conta do cenário recessivo da economia brasileira e do aumento do desemprego.

Há um mês, ao comentar o cenário da economia durante uma audiência no Congresso Nacional, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, declarou que o balanço de riscos para a inflação permanecia "desafiador" e que a estratégia da instituição para a taxa de juros não contemplava, naquele momento, a hipótese de "flexiblização da política monetária", ou seja, não previa redução de juros.

"O processo de desinflação está começando agora. É importante que os agentes econômicos e a população se convençam da queda da inflação. Depois, começará a distensão [queda dos juros]. As expectativas dos agentes [para a inflação futura] têm de estar mais baixas para que esse processo de distensão [queda dos juros] comece", disse Tombini na ocasião.

Segundo pesquisa realizada com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, a previsão dos analistas dos bancos é de que a taxa básica de juros, fixada pelo BC, começará a recuar a partir de setembro deste ano - quando deverá cair para 14% ao ano. Em abril de 2017, a expectativa é de que os juros básicos já tenham recuado para 12% ao ano. (As informações do G1)

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