sábado, 30 de abril de 2016

MARINA CRITICA BANALIZAÇÃO DA PALAVRA GOLPE E DEFENDE NOVAS ELEIÇÕES

A ex-senadora Marina Silva (Rede) criticou nesta sexta-feira (29) a declaração do vice-presidente Michel Temer de chamar de golpe uma possível antecipação de novas eleições. “Está havendo uma banalização da palavra golpe. Estão banalizando algo muito dramático na história do país. Daqui a pouco a criança pega a bala da outra no recreio e começa a dizer que foi golpe”, afirmou Marina.“Parece que não estamos sequer honrando a memória daqueles que padeceram tanto para enfrentar uma ditadura, que, de fato, essa sim, golpeou nossa democracia."

Candidata à Presidência da República em 2014 pelo PSB, Marina voltou a defender a convocação de nova eleição presidencial. Acrescentou que, para isso, o caminho constitucional deve ser definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a cassação da chapa Dilma-Temer, caso fique comprovado que o dinheiro da corrupção foi usado para bancar a candidatura da presidenta da República.

“Só uma nova eleição poderá dar legitimidade e credibilidade a uma agenda de transição. O impeachment alcança a legalidade, mas não a finalidade. Nunca vi o vice-presidente Michel Temer fazer uma crítica à presidente Dilma. Muito pelo contrário. Até ontem, estavam praticando juntos”. De acordo com Marina Silva, antes de falar em se candidatar à presidente é necessário devolver aos brasileiros a possibilidade de votar.

Caso haja nova eleição, “o Brasil não tem de ficar perdido na discussão do Estado máximo ou do Estado mínimo. Alguém já disse que o Brasil precisa do Estado necessário. Do Estado que dê conta de mobilizar o melhor da iniciativa privada, do Poder Público, da academia, do empreendedorismo social”, acrescentou. Marina Silva defendeu que a sociedade apresente as diretrizes mais importantes para sair da crise, de modo que "todos os partidos e lideranças se comprometam com elas".

Segundo a ex-senadora, quem ganhar sabe quais são e quem perder também estaria comprometido com essas diretrizes. "São diretrizes que coloquem a questão da reforma política, de um novo ciclo fiscal, da necessidade do desenvolvimento compatível com a justiça social e manutenção das políticas sociais”, concluiu Marina, após participar do encerramento do 1º Congresso Mundial de Direito Ambiental, no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ). (As informações da Agência Brasil)

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