Depois de um século de vida, o padre Gaspar Sadoc da Natividade deixou seus fiéis e amigos órfãos na noite de ontem. O ex-pároco estava em casa, no Corredor da Vitória, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória. Segundo os familiares, médicos tentaram reanimar o religioso, mas a morte foi confirmada por volta das 21h. Com 100 anos de idade, o homem que gostava de inhame com mel e tinha por hábito comer peixe com feijão de leite às sextas-feiras, era conhecido como um dos principais oradores da Igreja Católica. “Com ele, aprendi sobre humildade e simplicidade. É uma perda muito triste para todos nós. Estamos órfãos”, contou a sobrinha e afilhada do padre, Maria de Fátima da Natividade.
Apesar de centenário, o padre permanecia lúcido e costumava receber amigos em casa durante a semana. O presidente da Rede Bahia, Antonio Carlos Júnior, lamentou a perda. “Sentimos muito a morte do padre Sadoc porque ele era um grande amigo da família, principalmente do senador Antonio Carlos (Magalhães). Ele era um grande orador e uma grande figura da Bahia. Estive no aniversário dos 100 anos dele e a nossa família está muito sentida com a perda”, afirmou.
O prefeito ACM Neto também lamentou. “Em seus 75 anos de sacerdócio, foi um conselheiro da família baiana. Lembro com muito carinho das missas de aniversário do meu avô que eram celebradas sempre pelo monsenhor Gaspar Sadoc. Foi um exemplo de dedicação à igreja, principalmente, aos mais necessitados. Que Deus conforte os familiares e amigos”, disse. O governador Rui Costa também se manifestou. "Monsenhor faz parte da cultura de nosso estado, soube levar aos fiéis a importância do respeito à religião do outro. Sua sabedoria, em 100 anos de vida, muito nos ensinou. Deixará saudades”.
No dia 20 de março, Sadoc fez aniversário pela última vez, ocasião em que foi lançado o livro “De Mãos Juntas”, pelo Instituto ACM, que conta sua história. Sadoc nasceu em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo, em 1916. Ele era filho de um operário e uma doméstica e foi ordenado sacerdote aos 25 anos, em 30 de novembro de 1941. A Paróquia de São Cosme e São Damião, na Liberdade, foi a primeira em que trabalhou. Durante 38 anos comandou a Paróquia de Nossa Senhora da Vitória.
Em nota, a Arquidiocese de Salvador pediu aos fiéis “que elevem preces a Deus pelo descanso eterno deste amigo de Deus”. Informou ainda que o velório será na Igreja de Nossa Senhora da Vitória, hoje, às 8h. Às 15h será celebrada a Santa Missa e, em seguida, o sepultamento. (As informações do Correio)
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