O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, Antonio Palocci, foi preso na 35ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira, 26, pela Polícia Federal (PF). A ação, denominada "Omertà", cumpre 45 mandados na Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Na capital baiana, policiais federais cumprem duas ordens judiciais de busca e apreensão e de condução coercitiva. Eles também fazem buscas em Camaçari, onde uma pessoa será conduzida para depor. Não há informações sobre os alvos da operação na Bahia.
Palocci - O ex-ministro Palocci é o principal alvo dessa fase da ação. De acordo com a PF, são investigados indícios de que ele teria beneficiado o Grupo Odebrecht, oferecendo vantagens econômicas para a empresa. Em contrapartida, ele recebia propina. Em uma das intervenções, Palocci teria, segundo a PF, atuado na tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), além de aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a Odebrecht tinha relações comerciais.
Ele também teria interferido na licitação feita pela Petrobras para aquisição de 21 navios sonda para exploração da campada pré-sal.
Palocci passou a ser investigado a partir da delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Ele afirmou que Alberto Youssef lhe pediu, em 2010, R$ 2 milhões da cota de propinas do PP para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff. De acordo com ele, o pedido foi encomendado pelo ex-ministro. Palocci foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda de Lula.
Outros alvos - Além de Palocci, essa nova fase da Lava Jato também apura pagamentos feitos pelo chamado "setor de operações estruturadas" da Odebrecht para diversos beneficiários que são alvos dessa etapa da ação. São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A 35ª fase da Lava Jato foi batizada de "Omertà" porque essa é uma expressão que a máfia italiana usa para se referir a um código de honra deles. De acordo com a PF, a Odebrecht tinha feito um "voto de silêncio, que, ao ser quebrado por integrantes do 'setor de operações estruturadas' permitiu o aprofundamento das investigações".
Contudo, a PF também alega que "a postura atual do comando da empresa se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados".
Segundo a PF, a expressão "Omertà" também faz referência a fato da Odebrecht chamar Palocci de "italiano".
Outro ministro - Na semana passada, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi preso na 34ª fase da Lava Jato. Ele foi liberado no mesmo dia por decisão do juiz Sergio Moro, que alegou o estado de saúde da mulher de Mantega. Ela tinha sido internada no hospital para realizar uma cirurgia. Inclusive, o ex-ministro estava na unidade de saúde para acompanhá-la. (As informações do Estadão)
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