sábado, 7 de janeiro de 2017

HOMEM QUE ATEOU FOGO NA CASSA DA FAMÍLIA JÁ TINHA ESFAQUEADO A MULHER

“Não tenho palavras para descrever esse ato que cometi. Não teve nada de relevante que me fizesse fazer isso”, declarou o comerciante Gilson de Jesus Moura, de 49 anos, ao ser questionado sobre o motivo que o levou a incendiar a casa da família. O fogo atingiu os filhos, a mulher, a enteada grávida e o filho dela, matando quatro pessoas, na madrugada de quarta-feira, 4, em Feira de Santana - a 109 km de Salvador.

Gilson foi preso por volta das 7h desta sexta-feira, 6, em um ponto de ônibus, no Largo do Marajó, centro de Feira de Santana, quando se preparava para fugir. Ele foi detido por policiais militares, após ser reconhecido por populares.

Durante a apresentação na sede da Polícia Civil, em Salvador, os investigadores revelaram que ele já havia atentado contra a vida da mulher Ana Cristina, 37, que sobreviveu ao incêndio junto com a filha do casal, Ayla, 4. De acordo com a polícia, há cerca de dez anos, Gilson e Cristina chegaram a se separar depois que ele a esfaqueou nas costas após uma discussão.

Nega autoria - Segundo o tenente-coronel Vanderval Ramos, subcomandante do Comando de Policiamento da Região Leste (CPRL), ao ser abordado, Gilson ofereceu resistência e negou que fosse o suspeito do crime. “Só assumiu depois que o policial fez a consulta de dados”, afirmou Ramos.

A polícia já havia localizado o carro do comerciante, o WV Gol vermelho [HZT-7123], abandonado no bairro de Santo Antônio do Prazeres. Após ser detido, Gilson foi encaminhado ao Departamento de Homicídios de Feira, mas não confirmou a autoria do crime. “Ele diz que deve ter sido ele. Mas diz que não lembra de nada, que deu um apagão ”, diz a delegada.

Premeditou crime - Depois de atear fogo na casa da família, no dia 4, Gilson fugiu de carro para Capim Grosso, abandonou o veículo e seguiu de ônibus até Jacobina, onde dormiu na rodoviária. No dia seguinte, foi para Irecê, retornou para Capim Grosso, pegou o carro e, nesta sexta, voltou para Feira de Santana, onde foi preso.

A delegada Larissa Lage acha que Gilson premeditou o crime. Segundo ela, dias antes, ele fez revisão no carro, trocou pneus e depois o vendeu. Ele também roubou o 13º salário e o aparelho celular da mulher. Retornou na sexta a Feira de Santana para entregar o veículo e receber o pagamento. “Ele já tinha ameaçado tocar fogo na casa com os filhos dentro”, disse Lage. Ele nega e diz que comprou a gasolina para abastecer a moto da mulher.

Gilson declarou à reportagem estar arrependido. “(Ele) demonstrou frieza e, em alguns momentos, fingiu chorar. Mas não vimos lágrimas”, disse a delegada. Conforme ela, Gilson disse que pode ter praticado o crime porque estava sem tomar remédio para tratar a ejaculação precoce. A delegada não acredita que isso tenha desencadeado distúrbio psicológico.

Corpos no DPT - Até a noite desta sexta, os corpos de Emile, Thais, Carlos e Xayane de Jesus Moura – 16, 13, 9 e 8 anos, respectivamente – continuavam no Departamento de Polícia Técnica de Feira, aguardando identificação. O corpo do filho de Emile, Enzo, de 1 ano e seis meses, também continuava lá.

A delegada informou que o corpo do bebê [feto] que Emile esperava deve passar por exame de DNA – suspeita-se que Gilson seja o pai da criança. Ele e a enteada brigaram por conta da gravidez. A mulher de Gilson e a filha do casal continuam no Hospital Geral do Estado (HGE), em estado grave de saúde. (As informações do A Tarde)

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