sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

MARINHO FAZ PRONUNCIAMENTO DE DESPEDIDA, MAS CLUBE EXIGE MULTA CONTRATUAL

A saída de Marinho do Vitória parecia ser o desfecho mais provável dos acontecimentos. Porém, antes que as negociações fossem sacramentadas e os contratos assinados, o atacante se antecipou e, em pronunciamento na manhã desta quinta-feira, 5, no Barradão, afirmou que estava se despedindo do Rubro-Negro por ter recebido uma proposta “surreal” de um clube chinês, que ele preferiu não relevar qual.

“Hoje (ontem), a novela acaba. Primeiro, quero agradecer ao Vitória por tudo o que aconteceu comigo aqui. Foi um ano maravilhoso. Vou levar para o resto da vida. Mas, vim falar que estou fechando um ciclo. A proposta que eu tive é totalmente surreal para o Brasil. O Vitória fez a contraproposta, mas não chega nem perto. Agradeci ao pessoal, a Sinval Vieira [diretor de futebol do Vitória], que não queria me deixar sair, mas ele sabe que é a minha vida que tenho que seguir, minha família que eu carrego. Tudo isso pesa”, disse o atleta.

A proposta chinesa seria de um salário mensal de três a quatro vezes maior do que os cerca de R$ 200 mil que Marinho ganha atualmente. Nisso, contudo, foi criado um impasse. A questão é que o contrato de Marinho com o Leão só se encerra em dezembro de 2018 e a multa rescisória é de 5 milhões de euros (R$ 17 milhões). Do montante, o clube baiano teria direito à metade, pois, pelo acordo, 30% dos direitos econômicos pertencem ao Cruzeiro, ex-clube de Marinho, e 20% a Jorge Machado, empresário do jogador.

O Vitória não abre mão do ressarcimento. Marinho e Machado chegaram anteontem a Salvador e passaram os últimos dois dias em negociação com a diretoria rubro-negra. A proposta chinesa por 100% dos direitos federativos e econômicos do atacante é somente de 3 milhões de dólares (R$ 9,6 milhões). O Vitória ficaria com R$ 4,8 milhões.

Sinval Vieira deixou claro não abrir mão da parte do Vitória da multa. Assim, o clube pede os R$ 8,5 milhões referentes aos 50% dos direitos econômicos. Para que o valor total da transação seja reduzido, Machado ou o Cruzeiro teria de diminuir sua parte.

Caso quisesse bater pé firme para Marinho ficar no Vitória, a diretoria poderia exigir que os R$ 17 milhões fossem pagos (como dono dos direitos federativos, só o Vitória tem direito a negociar Marinho. Do valor recebido, repassaria a percentagem correspondente aos outros dois investidores).

“Claro que temo ter no elenco um jogador insatisfeito por não ter sido negociado. Mas, é uma situação para ser administrada. Não será a primeira nem a última vez que acontece. Nós, inclusive, oferecemos a ele um novo contrato com um aumento substancial de salário. O que Marinho e seu empresário devem entender é que estamos defendendo os interesses e os direitos do Vitória. A torcida rubro-negra se sentiria traída caso o ídolo do time saísse sem que seu valor correspondente fosse pago ao clube”. (As informações do A Tarde)

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