Com redução de preços em até 20%, parcelamentos em até 10 vezes e maior oferta de pacotes promocionais, o setor de entretenimento tem rebolado para colocar o bloco na rua ou levantar o camarote no Carnaval deste ano. Isto porque, antes de tirar o pé do chão, o consumidor está espremido na corda, tentando passar “de boa” pela crise. Do outro lado, o jeito para blocos e camarotes é tentar ajustar o passo, em um ano marcado pela diminuição na oferta de patrocínios.
“As vendas ainda não alcançaram o mesmo percentual do ano passado para o período. Na verdade, registramos uma queda de 30% neste fluxo. Mas nós ainda temos quase 50 dias para reverter esta retração”, afirma o sócio do Reino da Folia Nei Ávila. Entre as estratégias para fisgar o folião estão readequação de preços e aumento das possibilidades de pacotes promocionais.
“Em alguns casos, o preço dos produtos caiu algo em torno de 10% a 20%, com um parcelamento bem dividido no cartão de crédito. Se antes tínhamos 20 pacotes, agora temos 50 na prateleira com infinitas possibilidades de combinação e preços. A gente tem tentado ainda um acordo com empresas de programas de pontuação para possibilitar a troca de pontos por abadás, tudo isso com o intuito de melhorar essas vendas”, diz.
Outra estratégia foi unir dois camarotes – O Reino da Folia e o Cerveja e Cia – em um novo e maior, com maior estrutura e oferta de serviço premium por um preço mais competitivo. No Camarote Club, o serviço é all inclusive e os preços variam de R$ R$ 550 a R$ 700 (feminino) e R$ 650 a R$ 900 (masculino).
Na Central do Carnaval, o mês de janeiro é também o período esperado para o aquecimento das vendas. Para o sócio da empresa que comercializa boa parte dos abadás de blocos e camarotes que desfilam Geraldo Vasconcelos, o folião este ano está mais atento ao preço. “A gente tem notado uma atenção maior ao custo-benefício na hora de escolher, assim como uma cautela quanto ao que vai gastar”, afirma.
Com o apelo do parcelamento em até 10 vezes no cartão de crédito, há possibilidades de pagar em suaves prestações de R$ 10, um dia no Bloco Burburinho com a banda Duas Medidas. “São estratégias fundamentais para que se possa vender no Carnaval, mesmo diante de um cenário econômico mais difícil”, considera Vasconcelos.
O bloco Filhos de Gandhy é mais um que precisou readaptar as despesas e tem buscado alternativas para aumentar o número de foliões até a festa. Depois da perda de patrocínios, o afoxé está contando com os associados para colocar o tapete branco na Avenida. “Tradicionalmente, o carnê sempre foi lançado no mês de agosto, mas a crise pegou firme e espantou patrocinadores. Por isso tivemos que antecipar o lançamento para maio do ano passado”, afirma o presidente do bloco, Francisco Lima. Até o momento, foram vendidos cerca de mil carnês. A expectativa é chegar à segunda quinzena de fevereiro com um cortejo de 5 mil associados. “Todo o nosso trabalho tem sido em cima do associado, como entrada principal de recursos”, diz. (As informações do Correio)
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