terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

ALEXANDRE DE MORAES COLECIONA POLÊMICAS E DESAFERTOS TANTO NO POLÍTICA QUANTO NA VIDA ACADÊMICA

Escolhido pelo presidente Michel Temer para ocupar a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal, o atual ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, 48 anos, colecionou polêmicas e desafetos tanto na política quanto em sua vida acadêmica. Doutor pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, da Universidade de São Paulo (USP), onde leciona, sua indicação foi alvo de críticas de estudantes ligados ao tradicional Centro Acadêmico XI de Agosto tão logo foi divulgada.

Entre outros ataques, alegam que Moraes tem postura “arrogante” em sala de aula. Colega do ministro na São Francisco, a advogada Janaina Paschoal saiu em defesa do ministro. “Alguns alunos podem ter restrições ao trabalho dele, mas isso é natural no meio acadêmico. Alexandre de Moraes sempre foi uma pessoa gentil e convicta de suas crenças”.

O indicado de Temer ingressou no meio jurídico ao ser aprovado em primeiro lugar no concurso para promotor de Justiça em São Paulo, em 1991, quando tinha 23 anos. Foi professor de cursinho para concursos e, em 1997, escreveu Direito Constitucional, best seller sobre o assunto e que, atualmente, está na 33ª edição.

Moraes começou a carreira na gestão pública em 2002, quando foi indicado pelo então vice-governador Cláudio Lembo (DEM) e nomeado por Geraldo Alckmin (PSDB) no cargo de secretário de Justiça do estado de São Paulo. Naquele momento, o tucano começava a substituir nomes ligados ao ex-governador Mário Covas - morto em 2001. Junto a outros secretários, como Lars Grael, Moraes integrava um grupo que nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes era conhecido como “Lemboboys”, uma referência a Lembo.

Em 2014, voltou ao governo paulista, agora como secretário da Segurança Pública. Seu escritório de advocacia teve como cliente uma cooperativa de vans citada em investigação por suposta ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Também foi advogado do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em uma ação no STF. Em outubro do ano passado, o jornal Folha de S.Paulo revelou que a Operação Acrônimo, da Polícia Federal, apreendeu documentos que indicam o pagamento de R$ 4 milhões de uma das empresas investigadas para a firma de Moraes.

Temer procura nome para substituir Moraes - O presidente Michel Temer ainda não fechou o nome para substituir Alexandre de Moraes no Ministério da Justiça, caso ele vá para o Supremo. O advogado criminalista Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que sempre foi o preferido de Temer, voltou a ser o mais cotado para o cargo, embora tenha sido rejeitado no ano passado, por causa de declarações contra a Lava Jato.

A ideia é nomear alguém da sua cota pessoal. Integrantes do núcleo-duro do Palácio do Planalto dizem que o substituto de Moraes na Justiça deveria vir do PMDB, insatisfeito com a perda de espaço na Esplanada. O relator do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff no Senado, Antonio Anastasia (PSDB-MG), chegou a ser cotado, mas perdeu forças por ser tucano.

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