terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

MARCADO POR TEMAS POLÍTICOS, ÚLTIMO ENSAIO DO CORTEJO AFRO TEM PARTICIPAÇÃO DE GIL

Foi bonito ouvir a voz de Gilberto Gil ressoar nas ruas do Pelourinho. Se desse para ver do alto, a multidão na Praça das Artes contrastaria com as ruas desertas do final da noite desta segunda-feira (20). Ao lado direito do palco e ao fundo do mestre, os músicos do Cortejo Afro, anfitriões da festa, o admiravam ou ajudavam no compasso de sua música em um show político (não poderia ser diferente com essas duas potências no palco).

Antes da apresentação musical, o letrista Carlos Rennó, que se identificou como amigo do Cortejo, antecipou no microfone o contexto da música que abriria a participação de Gil no show horas depois. Ele lembrou que há exatos 40 anos Gil lançava “Não Chores Mais”, uma versão do baiano de “No Woman, No Cry” para denunciar as prisões e mortes da ditadura no Brasil.

Rennó defendeu ser essa uma música atualizada em 2017 por conta de uma “realidade mais opressiva e numerosa que é a dos jovens negros presos e mortos nas periferias do Brasil”. A frase da campanha da Anistia Internacional grafada em sua camisa, “Jovem Negro Vivo”, junto com o seu discurso, pôde ser interpretada por desavisados como: a voz do preto não é só divertimento, mesmo em um ensaio pré-carnavalesco. Ela é também resistência e, novamente, política. (As informações do Correio)

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