A Odebrecht manifestou interesse em fechar acordos de delação e leniência com oito países estrangeiros, desde que haja, como contrapartida, a garantia de que a empreiteira continuará atuando nesses territórios. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, representantes do grupo fizeram uma apresentação a chefes do Ministério Público da Argentina, Colômbia, Equador, México, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela, durante uma reunião organizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Pessoas ligadas à Lava Jato afirmam que procuradores de Portugal e Chile também participaram do encontro, apesar dos dois países ainda não terem, como os outros oito, investigações ligadas ao grupo. Ainda de acordo com Folha, a Odebrecht deixou claro que o motivo dos acordos é a manutenção dos negócios. Dois advogados da companhia disseram que, para firmar os acordos, é preciso haver um "armistício" dos países em relação à companhia, como o fim de medidas hostis que estão sendo impostas a bens da empresa e a funcionários que atuaram no exterior. Entre os pontos destacados pela empresa, está não responsabilizar os compradores de ativos da empresa por atos ilícitos praticados no passado.
Houve também o pedido para que os procuradores ajudem nas tratativas com outras autoridades do próprio país, como estatais com as quais a empreiteira tem contratos. O objetivo é suspender restrições cadastrais e bloqueios de bens que a Odebrecht enfrenta. A fala dos executivos foi permitida somente após o procurador-geral, Rodrigo Janot, fazer votação com os representantes estrangeiros para saber se queriam ouvi-la. Todos aceitaram assistir a apresentação.
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