quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

"ERA DO CONSTRANGIMENTO ACABOU", DIZ RUI

O governador Rui Costa (PT) quebrou, nesta quinta-feira, 2, o rito regimental durante o seu discurso de abertura dos trabalhos na Assembleia Legislativa para mandar recados à oposição liderada pelo prefeito ACM Neto (DEM). O demista afirmou que o governo saiu derrotado na disputa pelo comando do Legislativo, com a eleição do deputado Ângelo Coronel (PSD) para o cargo, fruto de uma articulação gestada pela oposição.

Sem citar o nome do prefeito, o governador disse que a Bahia de hoje superou um capítulo político de sua história em que o “governador constrangia deputados e deputados” a não fazer aquilo que eles desejavam. Mesmo sem declarar, Rui preferia a reeleição do ex-presidente Marcelo Nilo (PSL), que acabou renunciando à candidatura ao perder apoio na própria base.

Chefe político - À crítica de que falhou na articulação política do processo, Rui respondeu: “A minha história de vida e a minha história política têm a ver com a história de muitos brasileiros que lutaram e lutam para que cada um de nós possa expressar a sua opinião, os seus desejos”.

Rui lembrou que a Assembleia não é uma casa do Executivo. “Aqui é a casa dos deputados. A vontade dos deputados não está subordinada à vontade de nenhum chefe político”, assinalou o petista, para quem o grande vencedor dessa eleição não foi o governador ou outra liderança política. “Foi o Parlamento baiano que saiu vitorioso”, afirmou Rui, que aproveitou para parabenizar o deputado Ângelo Coronel, que na quarta-feira assumiu o comando da Assembleia como candidato único da base.

Quem também mandou recado de que não digeriu a traição dos que haviam declarado apoio a ele foi o ex-presidente Marcelo Nilo (PSL), que passou dez anos no cargo. Nilo foi um dos ausentes na abertura dos trabalhos da Casa. Esteve no gabinete e se retirou da Assembleia minutos antes do início da sessão.

Pacto político -
Na mensagem lida por Rui Costa na abertura dos trabalhos do Legislativo, o governador voltou a defender um pacto de pacificação política para superar a grave crise na economia, após dois anos consecutivos de PIB (Produto Interno Bruto) negativo.

Apesar do Nordeste ser o mais penalizado com a recessão, Rui fez um balanço positivo dos índices sociais e econômicos alcançados pela Bahia, desde 2001, e disse que o ajuste fiscal posto em prática no governo tem permitido manter contratos, garantir os direitos do funcionalismo e atrair novos investimentos.

Ele anunciou para maio a entrada em operação de mais quatro estações do metrô de Salvador, entre Pernambués e Pituaçu – uma ação incluída em um projeto mais amplo de mobilidade urbana na Capital.

O governo também fará investimento de R$ 240 milhões, geridos pelos Consórcios de Saúde, para a instalação das primeiras quatro policlínicas nas regiões de Guanambi, Teixeira de Freitas, Jequié e Irecê. Rui Costa disse que 2017 será o ano das estradas, com a destinação de R$ 1,5 bilhão em empréstimo para recuperação de rodovias.

Ele destacou outro projeto já em andamento: o lançamento do pregão eletrônico no valor de R$ 90 milhões, na área de engenharia e serviços, para a recuperação e manutenção de prédios escolares em todo o estado. (As informações do A Tarde)

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