quarta-feira, 31 de maio de 2017

DHPP PEDIU NOVA AMPLIAÇÃO DE PRAZO NO CASO DAVI FIÚZA; PERÍODO ENCERRA NO FIM DE JUNHO

Quase seis meses após o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) pedir prorrogação do prazo de investigação do caso do adolescente Davi Fiúza, desaparecido desde o dia 24 de outubro de 2014, o inquérito ainda não foi concluído pela Polícia Civil. De acordo com a promotora de Justiça Isabel Adelaide, coordenadora do Grupo de Controle Externo da Atividade Policial (Gacep) do Ministério Público da Bahia (MP-BA), após a dilação do prazo concedida em janeiro, de 90 dias, o DHPP pediu novo adiamento. “Teve outra prorrogação, porque era necessário para poder fechar. Termina agora em junho”, afirmou a promotora. A nova dilação, de 60 dias, encerra no próximo dia 29.

“Eu avaliei a necessidade, acho que 60 dias são suficientes”. As investigações começaram logo após o desaparecimento do jovem, à época com 16 anos. Ele estava na rua durante uma operação na localidade de Vila Verde, no Parque São Cristóvão, quando foi capturado por policiais militares. Questionada sobre o prazo pelo qual a apuração pode se estender, a promotora citou os inquéritos da Polícia Federal. “Essa pergunta é muito simples. As investigações da Polícia Federal às vezes levam quatro, cinco anos. O que interessa é você reunir elementos; não interessa fazer uma investigação a toque de caixa e que não resulte em nada”, comparou. “Essa investigação é difícil, porque tem que trabalhar com prova técnica, tem que cruzar informações, tem que fazer uma série de levantamentos. E se há de convir que não há só esse crime. Você não pode priorizar uma investigação em detrimento de outras”, destacou.

Em 20 de abril do ano passado, o delegado Reinaldo Mangabeira, da 3ª Delegacia de Homicídios (3ª DT/DHPP) afirmou em entrevista ao jornal Correio que a investigação já estaria concluída e resultaria no indiciamento de 23 policiais, incluindo 19 alunos do curso de formação da PM. No mesmo dia, porém, o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, negou a informação, mas disse que o esclarecimento do caso era “prioritário”. “Não fazia o menor sentido essa declaração dele. De onde ele extraiu essa conclusão, sinceramente não sei”, disse a promotora.

“Quem é da área do Direito sabe que as condutas têm que ser individualizadas. Você não pode pegar um bolo de gente sem individualizar as condutas. Não sei de onde ele tirou a ideia de que os alunos, porque estavam nas imediações, teriam participado. Se você estivesse lá assistindo a aula você estava no bolo. Foi mais ou menos assim. A informação dele não foi localizada nenhuma base técnica para ele ter deduzido isso”, acrescentou. De acordo com Isabel Adelaide, a eventual participação de alunos de formação não influenciaria na determinação de prazos para a investigação. Procurada pelo Bahia Notícias, a Polícia Civil confirmou que foi solicitada a ampliação do prazo e informou que só se manifestará sobre o caso após a conclusão do inquérito. (As informações do BN)

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