O Ministério Público Federal (MPF) fechou um acordo de leniência com o ex-gerente administrativo e financeiro da Odebrecht, João Alberto Lovera. Segundo informações da revista Veja, a decisão teria partido do ex-presidente da companhia, Marcelo Odebrecht. Lovera afirmou que a empreiteira comprou um terreno para a construção da nova sede do Instituto Lula. Lovera não fazia parte do grupo de 77 executivos que fechou a primeira colaboração, e entrou no pacote do acordo de leniência entre a empreiteira e o MPF. Lovera afirma que visitou o terreno em julho de 2011, acompanhado de Lula, da ex-primeira-dama Marisa Letícia, e do presidente do instituto, Paulo Okamotto.
A compra deste local teria sido viabilizada com recursos do Setor de Operações Estruturadas, como era chamado o departamento responsável pela distribuição de propina da empreiteira. “… firmando o compromisso de dizer a verdade, passa a detalhar o que se segue: que no segundo semestre de 2010, teve conhecimento de que houve solicitação de Marcelo Odebrecht a Paulo Ricardo Baqueiro de Melo, para que adquirisse imóvel destinado à construção da futura sede do Instituto Lula”, afirma trecho do termo de adesão de Lovera. O executivo também relata que, em 2010, ele acompanhou Paulo Melo, que era executivo regional da Odebrecht Realizações Imobiliárias e Participações, conhecida como OR), em um encontro com Roberto Teixeira, apontado como advogado do Instituto Lula. Até então, a Odebrecht se manifestou contrária à compra do terreno, devido a pendências judiciárias do local.
“…. Algum tempo depois, soube por Paulo Melo que o referido imóvel seria adquirido pela empresa DAG…”, relatou Lovera ao MPF. O local seria passado ao Instituto Lula depois. “… Em julho de 2011, juntamente com Paulo Melo, acompanhou uma visita ao terreno da qual participaram o ex-presidente Lula, bem como sua esposa, Marisa Letícia, Paulo Okamotto….”, disse. “… Algum tempo depois dessa visita, soube que o cliente desistiu da aquisição do terreno….”, completou. Após essa primeira tratativa, Melo teria pesquisado outros imóveis. “Por conta disso, soube que a OR pesquisou uma série de outros imóveis para o Instituto Lula. Que, com relação ao imóvel da Rua Haberbeck Brandão, esse foi posteriormente adquirido pela OR...".
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