quinta-feira, 25 de maio de 2017

OAB PROTOCOLA PEDIDO DE IMPEACHMENT DE TEMER NESTA QUINTA (25); PRESSÃO CRESCE

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) deve entregar na tarde desta quinta-feira (25) o pedido de impeachment do presidente Michel Temer. O Conselho Federal da OAB já havia decidido no domingo (21) apoiar o impeachment e formular pedido a ser protocolado na Câmara dos Deputados. Para o presidente da OAB, Carlos Lamachia, Temer cometeu crime de responsabilidade ao não informar às autoridades competentes o teor da conversa que teve com o empresário Joesley Batista, dono da JBS, no Palácio do Jaburu, no início de março.

“A peça da OAB e a decisão que foi tomada têm como base as declarações do próprio presidente da República. Em nenhum momento, ele nega os fatos e a interlocução que teve. Mesmo que os áudios pudessem ter alguma edição, as próprias declarações do presidente da República reconhecem o diálogo que ele teve com o investigado”, disse Lamachia.

Joesley gravou conversa e entregou cópias do áudio à Procuradoria-Geral da República (PGR), com a qual firmou acordo de delação premiada, já homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para a Ordem, Temer infringiu o Artigo 116 da Lei do Servidor Público - crime de prevaricação. O Palácio do Planalto informou que não vai comentar o pedido da OAB. “A OAB levou em consideração as manifestações do presidente da República, que em momento algum desqualifica o que foi dito na conversa. Desqualifica, sim, o seu interlocutor”.

Pressão por impeachment cresce - Apesar da resistência do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em dar andamento aos 12 processos de impeachment protocolados contra o presidente Michel Temer, pressão pela saída dele cresce dia após dia. A bancada do PSDB na Câmara está dividida sobre o assunto. O grupo conhecido como “cabeças pretas”, formado por jovens parlamentares do baixo clero, pressiona a cúpula a entregar imediatamente os cargos tucanos.

O movimento “rebelde” ganhou uma adesão de peso: o deputado Carlos Sampaio (SP), vice-presidente jurídico do partido. “O presidente Michel Temer perdeu as condições mínimas de governabilidade”, disse ontem. Diante do avanço do grupo, o senador Tasso Jeiressati (CE), presidente interino do PSDB, foi chamado ontem para acalmar os ânimos na reunião da bancada de 48 deputados.

O PSDB e o DEM definiram que atuarão em bloco na crise. Enquanto os tucanos defendem o nome de Tasso em caso de eleição indireta, o DEM ventila a candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ). Maia negou ontem que tenha engavetado os pedidos de impeachment do presidente Michel Temer protocolados na Câmara. Segundo ele, uma questão “tão grave como essa não pode ser avaliada num drive-thru”.

“Eu não posso avaliar uma questão tão grave como essa num drive-thru. Não é assim. Não é desse jeito. Quanto tempo se discutiu, se passou aqui na crise do governo Dilma? As coisas não são desse jeito”, afirmou. Maia disse que é preciso ter “paciência”. Ele reforçou, porém, mais uma vez, que, como presidente da Câmara, “não será instrumento para desestabilização do Brasil”.

Na manhã de ontem, Temer discutiu com a bancada do partido a destituição do senador Renan Calheiros (AL), de quem é desafeto, da liderança do PMDB. A conversa rendeu bate-bocas no plenário mais tarde, além de um enfrentamento em discursos entre Renan e o presidente do PMDB, Romero Jucá (RR). Renan defende publicamente a saída do companheiro de partido. (As informações do Correio)

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