Manifestantes contrários ao governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB), voltaram a pedir a renúncia dele nas ruas do centro de Salvador, na tarde deste domingo, 21. Outras 14 capitais também tiveram manifestações. Os protestos contra o presidente ocorreram ainda em Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Manaus, Natal, Recife, Rio de Janeiro, São Luís e São Paulo.
A alternativa defendida pelos organizadores é a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para a realização de uma eleição direta para substituir o presidente.
Salvador - Com faixas, cartazes e bandeiras de partidos políticos de esquerda, centrais sindicais, organizações de movimentos sociais e dizeres contra o peemedebista, o público saiu da Praça 2 de julho, no Campo Grande, por volta de 15h. Seguiram em passeata pelo Corredor da Vitória, bairro nobre da capital baiana, onde usaram palavras de ordem para ironizar manifestantes anti-Dilma que usaram panelas para pedir o impeachment da petista no ano passado. "Ô paneleiro, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver", gritavam.
A Polícia Militar da Bahia (PM-BA), que acompanhou o ato, não estimou o público presente. Já a organização do protesto informou que 2 mil manifestantes estiveram presentes. Eles passaram, ainda, pela Ladeira da Barra, onde um grupo chegou a sentar no chão para atrasar o andamento da passeata, e pelo Farol da Barra. Entre discursos em um carro de som, apresentações culturais em um nano trio elétrico e gritos uníssonos de "Fora, Temer", o grupo contrário ao governo ainda seguiu até o Cristo.
Baianos - Nem o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), escapou de críticas no carro de som que guiou os manifestantes pelo percurso. Chamado de golpista pela proximidade com o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e com o senador afastado Aécio Neves (PSDB), Neto foi vaiado pelo público.
Parlamentares baianos que apoiam as reformas também foram citados, como o deputado federal Arthur Maia (PPS), relator da mudança trabalhista. Uma das poucas lideranças políticas presentes ao ato, já que no mesmo horário acontecia o V Congresso Estadual do PT, a senadora baiana Lídice da Mata (PSB) defendeu que a base de sustentação do presidente Michel Temer no Congresso "está mais frágil".
"Uma parte do PMDB do Senado já estava longe dele e isso se aprofunda agora", afirmou a senadora baiana. Ela acredita que as reformas trabalhista e da Previdência serão barradas na Casa Legislativa, diante da crise política que abala a República após a delação dos proprietários da holding J&F, controladora do frigorífico JBS, entre outras empresas.
"O Senado vai se voltar para a crise e esses projetos serão emperrados. Temos a proposta de encaminhar mais de uma PEC pelas eleições diretas e garantir que o povo vote", afirmou Lídice. Para ela, "o conflito agora é a turma das diretas contra a turma das indiretas". (As informações do A Tarde)
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