A elevação da taxa Selic (juros básicos da economia) para 11,25% ao ano continua a desestimular quem guarda dinheiro na poupança. De acordo com levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a alta dos juros básicos manteve os fundos de investimento mais atrativos que a caderneta na maioria das simulações, apesar de a poupança não pagar impostos nem taxas de administração.
Segundo a Anefac, apenas nos casos em que os fundos de investimento cobram altas taxas de administração, a partir de 2,5% ao ano, a poupança torna-se mais vantajosa.
Para taxas de 2% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos em aplicações de até um ano. Para taxas de 1,5%, a poupança ganha apenas se o dinheiro ficar aplicado no máximo seis meses. Nos fundos com taxa de até 1% ao ano, a caderneta perde em todas as simulações.
Pelas simulações da Anefac, com o novo nível da taxa Selic, uma aplicação de R$ 10 mil na poupança rende 7,19% ao ano, o que representa rendimento de R$ 719 ao fim de 12 meses. No mesmo prazo, a quantia rende de R$ 604 (com taxa de administração de 3% ao ano) a R$ 834 (com taxa de administração de 0,5% ao ano), se aplicada em fundos de investimento.
Pela regra atual, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês (6,17% ao ano) mais a taxa referencial (TR), tipo de taxa variável. Essa fórmula está em vigor desde agosto do ano passado, quando a Selic foi reajustada para 9% ao ano. Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR.
A fórmula só vale para o dinheiro depositado na poupança a partir de 4 de maio de 2012. Para os depósitos anteriores, o rendimento segue a regra antiga, de 0,5% ao mês mais a TR. Os demais direitos de quem aplica na caderneta foram mantidos, como a isenção de taxa de administração e de impostos.
Apesar da desvantagem em relação aos fundos de investimento, a poupança continua rendendo mais que a inflação esperada para 2014. De acordo com o boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central, a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deverá fechar o ano em 6,45%, contra 7,19% de rendimento esperado na caderneta. (As informações do Estadão)
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