O ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), classificou como "altamente nocivo à convivência democrática" a postura do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de tentar usar o cargo para uma "cruzada" contra o governo. "A cadeira dele deve ser uma cadeira de magistrado, e não ficar ali organizando a oposição", reagiu o ministro.
Wagner, que ao lado do presidente nacional do PT, Rui Falcão, participou, neste sábado, 1º, em Salvador, da reunião do diretório estadual do PT que discutiu a conjuntura política, cobrou moderação do peemedebista.
"Uma coisa é ele liderar parlamentares que têm um ponto de vista de seus interesses legítimos. Outra coisa é ele querer fazer uma cruzada . Se ele tomar esse tipo de postura, ao invés de ser árbitro, estará prejudicando o papel da Câmara", alertou o min istro.
Em guerra aberta com o Palácio do Planalto, ao qual rompeu há duas semanas, o deputado Eduardo Cunha sinaliza um segundo semestre difícil para a presidente Dilma Rousseff. Além de um pacote de projetos que contrariam os interesses do governo (leia matéria na página B3), Cunha já anunciou a instalação, em agosto, de mais duas CPIs - a do BNDES e a dos fundos de pensões.
CPI - Indagado se Eduardo Cunha tenta constranger o governo na CPI da Petrobras, onde tem a maioria dos cargos e os convocados a depor, até agora, têm como alvo preferencial o PT, o ministro disse que as CPIs, como estão sendo conduzidas, acabam não revelando nada.
"A CPI é um instrumento muito nobre para um Parlamento. Mas estão ficando inócuas e virando mais palco do que uma investigação propriamente", avaliou Wagner, que voltou a negar que possa assumir a articulação política do governo no lugar no ministro da Casa Civil, Aloízio Mercadante.
Apesar de o governo está emparedado no Congresso pelo seu principal aliado, o PMDB, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, não acredita em rompimento da aliança do partido com o PT. "Pelo o que entendi a manifestação do presidente da Câmara (de se colocar na oposição) foi tratada como uma posição pessoal dele", disse Falcão.
O dirigente considera legitimo, por outro lado, a intenção do PMDB vir a ter candidatura própria a presidente da República em 2018. "Se isso vier a ocorrer, é um caminho que eles têm direito e nós estaremos em lados opostos, porque nós também deveremos ter candidato a presidente".
Sobre o apelo feito pela presidente Dilma Rousseff aos governadores, no sentido de as bancadas estaduais aprovarem os projetos que vão garantir o ajuste fiscal, Wagner disse que Dilma espera que deputados e senadores tenham a responsabilidade de ajudar o País a sair da crise econômica.
"É preciso levar em conta que a queda no preço das commodities contribuiram, e muito, para a redução do fluxo de caixa do governo". (As informações do A Tarde)
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