terça-feira, 22 de dezembro de 2015

CUNHA DIZ QUE ESPERA RESOLVER PROCESSO DE IMPEACHMENT NA CÂMARA ATÉ MARÇO

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), disse acreditar que o processo de impeachment deve se resolver até março do próximo ano na Casa. Ele lembrou que recebeu 38 pedidos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) ao longo deste ano, rejeitou 31, aceitou um e ainda precisa apreciar os outros. Em entrevista à TV Câmara, num balanço do ano, Cunha disse que a Casa deverá continuar em ritmo acelerado de votações e rebateu as críticas de que é responsável por colocar uma pauta conservadora na Casa. Ele disse, por exemplo, ser contrário à alteração no Estatuto do Desarmamento, aprovada em comissão especial na Casa, e disse que precisaria avaliar melhor o texto do Estatuto da Família.

Conselho de Ética - O peemedebista também falou do processo por quebra de decoro parlamentar do qual é alvo no Conselho de Ética. Ele repetiu que a admissibilidade da representação foi feita desrespeitando o regimento e acusou os membros do Conselho de buscar exposição na mídia. "Todos que estão envolvidos parecem querer protelar o processo para ter mais espaço na mídia", afirmou.

Ele disse que ninguém dúvida do conhecimento dele do regimento interno e que não vai se "constranger de buscar" o direito à defesa.
Cunha também se disse vítima de um processo político por ter vencido por maioria absoluta, em primeiro turno, a disputa pela presidência da Câmara, em fevereiro.

Financiamento privado - Defensor das doações de empresas a campanhas políticas, o presidente da Câmara prevê um cenário de "caos total", judicialização e caixa 2 no pleito municipal de 2016 por causa da proibição do financiamento privado pelo Supremo Tribunal Federal. "Não há como fazer o financiamento de campanha como está agora", afirmou. "Seria melhor fazer o financiamento público por listas partidárias", disse, ressaltando que só o PT tem estrutura para fazer esse tipo de arrecadação, cobrando parcela do ganho dos filiados com cargos públicos.

Lava Jato - Na entrevista à TV institucional, Cunha foi questionado sobre o que achava da Lava Jato, que investiga desvio de dinheiro na Petrobras e na qual é um dos denunciados, e aproveitou para criticar novamente o PT. "É bom deixar claro que a culpa da corrupção na Petrobras é do PT e do governo do PT. Foi desvio para financiar a permanência de um grupo no poder", afirmou. Na semana passada, as casas e os escritórios de Cunha no Rio de Janeiro e em Brasília, além de endereços de outros líderes do PMDB, foram alvo de busca e apreensão por suspeita de envolvimento no esquema.

O peemedebista disse que a Petrobras certamente será condenada a indenizar investidores nos Estados Unidos e isso deve se refletir em novas ações no Brasil. "Corrupção custa caro e contamina todo o processo. A Petrobras ficou praticamente insolvente", afirmou. (As informações do Estadão)

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