quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

WAGNER ADMITE ERROS NA GESTÃO DE DILMA

Um dos principais colaboradores de Dilma Rousseff, o ministro da casa Civil Jaques Wagner admitiu que parte da culpa dos problemas financeiros que o país atravessa tem origem nas medidas econômicas adotadas no primeiro mandato da presidente. Disse que devido à queda no preço do petróleo, que passou de US$ 100 para US$ 37, a Petrobras, maior empresa da América Latina, reduziu seus investimentos.

"Nós perdemos receita, além de erros que foram cometidos em 2013, 14, com desoneração exagerada, programas de financiamentos que foram feitos num volume muito maior que a gente aguentava", declarou, em entrevista concedida nesta terça-feira, 29, à Rádio Metrópole de Salvador. Devido aos problemas, quando "se abriu a porta de 2015, você estava com uma situação fiscal... por isso que o ano foi duro".

Ele falou das dificuldades econômicas para defender a troca do ministro da Fazenda Joaquim Levy por Nelson Barbosa. Disse que não havia "diálogo" com Levy que aplicou um remédio "que se transformou em veneno". "Eu não posso fazer um negócio de matar de fome todo mundo. Estamos procurando esse ponto de equilíbrio, da rota do ajuste com retomada de desenvolvimento, não de crescer muito, mas voltar a crescer, de ter expectativa, ter a confiança de empresários e trabalhadores", disse.

Conforme o ministro, no governo "tem muita gente refletindo, sem maluquice, sem porralouquice, pois não dá para fazer farra". Ele disse que o governo Dilma está concluindo um ano difícil em melhor situação após a decisão do Supremo Tribunal Federal que normatizou o rito do impeachment. "O STF deu a dimensão que precisa num processo da relevância que é retirar uma presidente que foi eleita com mais de 53 milhões de votos. O processo é tão grave que não pode ser tratado de uma forma corriqueira, banal. O STF acabou com a chamada banalização, com a tentativa de uso do processo de impeachment para resolver uma questão de disputa eleitoral".

Impopularidade - Wagner disse saber das dificuldades que o Palácio do Planalto atravessa. "Não vou ficar me enganando. Tenho consciência que participo de um governo que não está num bom momento, não está num momento de popularidade, vai fechar o ano tendo melhorado um pouquinho para 12%, 13% (aprovação), mas eu sei das dificuldades das consequências da economia da gestão da política por que passa o governo de Dilma. Agora, impopularidade não é crime, é problema, é defeito, é algo que pode ser sanado se você tomar medidas, melhorar a economia, voltar os empregos, melhorar a gestão da política".

Sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o ministro disse que ao contrário de Dilma o futuro dele "está nas mãos da Justiça e do conselho de ética", pois o problema dele é de natureza "ética". "Cunha está talvez num dos seus piores momentos na Câmara. Mesmo as pessoas da bancada dele, muita gente não está rezando na sua cartilha", disse. (As informações do Estadão)

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