quinta-feira, 22 de setembro de 2016

'PESSOALMENTE, EU ACHO QUE NÃO É BOM', DIZ TEMER SOBRE ANISTIA A CAIXA 2

O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (21), em entrevista em Nova York, que, "pessoalmente", acha que "não é bom" anistiar políticos que praticaram caixa 2. O peemedebista fez o comentário ao ser questionado sobre a declaração do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de que quem usou dinheiro não contabilizado em campanhas eleitorais não pode ser punido. Em entrevista publicada na terça-feira (20) pelo jornal "O Globo", Geddel defendeu o polêmico projeto de lei que foi pautado para ser votado na segunda (19) pela Câmara dos Deputados que previa tornar crime a prática do caixa 2.

O texto, no entanto, trazia uma emenda que anistiaria políticos e partidos que fizeram uso da prática em campanhas eleitorais anteriores, antes, portanto, da aprovação da lei. Após deputados de PSOL, Rede e PSD denunciarem a tentativa de manobra, a proposta foi retirada de pauta.
Ao jornal, o ministro responsável pela articulação política do Palácio do Planalto com o Congresso Nacional ressaltou que caixa dois não é crime e que quem se beneficiou deste mecanismo no passado não pode ser penalizado. Além disso, ele disse que o assunto tem de ser discutido sem preconceito e sem histeria pelo parlamento.

Ao falar nos Estados Unidos sobre a entrevista de Geddel, o presidente da República fez questão de destacar que se tratava de uma opinião "personalíssima" de seu ministro. Na sequência, o peemedebista enfatizou que não vê motivos para a discussão ter continuidade no Legislativo.
"Em primeiro lugar, eu li as declarações do ministro Geddel. Ele disse que era uma opinião personalíssima, que não envolvia nem a opinião do governo. Evidentemente, não envolvia a minha. Eu, pessoalmente, essa é uma decisão do Congresso Nacional, mas eu, pessoalmente, não vejo razão para prosseguir, para prosperar, nessa matéria. Mas eu reitero que essa não é uma questão do Poder Executivo, é uma questão do Poder Legislativo", declarou Temer. "Pessoalmente, eu acho que não é bom [anistiar os políticos que cometeram caixa 2], não é bom pra ninguém", complementou.

Protesto na ONU - O presidente da República também comentou na entrevista o protesto das delagações de seis países que não quiseram assistir ao discurso dele no plenário da Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira. Questionado sobre o protesto silencioso dos integrantes das delegações de Venezuela, Equador, Cuba, Nicarágua e Costa Rica, ele disse que nem percebeu.

O protesto ocorreu no momento em que o presidente brasileiro subia à tribuna da ONU para discursar na sessão de abertura da Assembleia Geral. Os representantes de Venezuela, Equador e Nicarágua se levantaram e deixaram o plenário. A maioria dos integrantes da delegação da Costa Rica também abandonou a sala quando o novo presidente brasileiro se preparava para discursar. Nenhum dos chefes de Estado destes países estava presente no plenário. O protesto silencioso foi realizado por diplomatas e ministros. (As informações do G1)

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