O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos principais investigadores da operação Lava Jato, disse nesta quarta-feira, 26, que a força-tarefa abriu nesta semana inquérito civil para analisar a conduta de bancos no esquema de lavagem de dinheiro. De acordo com ele, que foi designado responsável pelo inquérito, o objetivo é identificar falhas de compliance dos bancos para depois, caso confirmadas as falhas, estabelecer acordos com as instituições para o ressarcimento de perdas à União, e, principalmente, antecipar correções de falhas.
"Como investigador da operação, eu também estou capacitado a punir", disse o procurador, que participou do 9º Congresso Anual da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE), que se realiza entre esta quarta até sexta-feira na sede do Insper em São Paulo.
Santos Lima fez essa afirmação ao ser perguntado por um funcionário do Banco Central sobre o quanto o sistema financeiro teria sido conivente no esquema de lavagem de dinheiro. O procurador disse que lavagem de dinheiro é o subproduto da corrupção e para que os desvios tenham êxito, de certa forma, sempre há conivência de empresas do setor financeiro.
Ele afirmou que desde o início da operação Lava Jato foram identificadas inúmeras corretoras no esquema. O procurador comentou também que não sabe se poderá divulgar os nomes dos bancos envolvidos, por não saber ainda o quanto das informações apuradas estarão sob sigilo bancário.
Santos Lima disse que espera poder contar com a colaboração do Banco Central, que foi bastante solícito no caso do Banestado. De acordo com ele, seria importante a contribuição da autoridade monetária, porque muitos dos recursos que entraram e saíram do País, decorreram de operações com contratos de câmbio, o que fez com que vultosos recursos fossem enviados para fora do País e internalizados. (As informações do Estadão)
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