O empresário Marcelo Odebrecht e outros 50 executivos da empreiteira que leva o nome de sua família fecharam acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Outros acordos ainda estão pendentes de acertos finais entre investigadores e investigados. Uma fonte vinculada à operação informou ao Globo que os acordos estão abaixo da expectativa dos procuradores, mas ainda assim são abrangentes e atingem "de forma democrática" líderes de todos os grandes partidos que estão no governo ou na oposição. "Não vai ser o fim do mundo, mas são informações suficientes para colocar o sistema político em xeque", resumiu.
Dez investigadores estão escalados para interrogar mais de 50 delatores, mas ventila-se a possibilidade de esse número ser ampliado para 68. Não se sabe ainda quantos depoimentos cada investigador terá que conduzir, mas é considerada a estratégia de os delatores serem colocados em fuma fila e serem ouvidos conforme sua relevância na hierarquia da propina, caso faltem investigadores para ouvi-los. Os interrogatórios deverão ser feitos em Curitiba, Brasília, São Paulo e Salvador. Os acordos firmados há cerca de duas semanas deverão ser assinados no final dos depoimentos, que têm previsão para o final deste ano e início de 2017.
Na fase preliminar das negociações, Odebrecht e os demias executivos citaram pelo menos 130 deputados, senadores e ministros, além de 20 governaodres e ex-governadores, entre eles: o presidente Michel Temer (PMDB) e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), José Serra (Relações Exteriores) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo); os ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda, na época de Lula, e Casa Civil, no governo Dilma Rousseff) e Guido Mantega (Fazenda, nos mandatos de Lula e Dilma); e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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