Um grupo de professores municipais e estaduais protestaram nesta sexta-feira, 24, em frente à casa do deputado Arthur Maia (PPS-BA), no Caminho das Árvores, em Salvador. O parlamentar é relator da reforma da Previdência na Câmara de Deputados.
Durante o protesto, o presidente do Sindicato dos Professores da Bahia, Rui Oliveira, disse que o ato era "para dizer para esse golpista que com o povo não se brinca. Assim como ele entrou na política, pode sair", disse em referência a Maia. Em seguida, foram ouvidos gritos de "Fora Arthur Maia", "Fora Temer" e "Diretas Já".
O sindicalista ainda anunciou que está organizando uma romaria para Bom Jesus da Lapa, no oeste da Bahia, onde a família do deputado tem residência.
Servidores estaduais - Oliveira também aproveitou o protesto para criticar a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de excluir os servidores estaduais da reforma da Previdência.
"Eles fizeram isso depois da mobilização dos professores, mas isso é um engodo, porque dos 5,5 mil municípios brasileiros, apenas cerca de 2 mil tem regime (previdenciário) próprio. Então, o restante seria atingido pela reforma". Para ele, a mudança tenta desmobilizar a categoria contra a reforma, que ele qualifica como um "crime contra os professores".
Insatisfação - A professora de português Ieda Gouveia, de 47 anos, disse que "se sente roubada e lesada com a reforma". Ela, que tem 25 anos de magistério, explica que faltam dois anos para se aposentar e com as mudanças calcula que terá que trabalhar mais 16 anos. Por isso, ela "protesta para que essa reforma não se concretize".
Sua colega Elisângela Souza, de 39 anos, sendo 11 em sala de aula, também critica a proposta de mudança da Previdência. "Querem subtrair nossos direitos, nossas expectativas de vida e projetos que a gente tinha para o futuro", reclama.
Rui Oliveira destaca que essa luta não deve ser restrita aos professores. "Toda população precisa se alertar e se mobilizar". Segundo ele, docentes e trabalhadores de outras categorias pretendem fazer uma greve geral no dia 31 de março. Os professores, que participaram de movimento semelhante no último dia 15, seguem parados até o dia 27, quando voltam as salas de aula.
Terceirização - Os manifestantes aproveitaram o ato para também protestar contra a aprovação do projeto que amplia a terceirização no Brasil. O grupo exibiu cartazes falando que o projeto "fere os direitos dos trabalhadores" e que a terceirização "escraviza e humilha" os profissionais.
Os docentes também fizeram um "enterro símbolo" de Temer e dos deputados baianos que votaram a favor do projeto. Dos 33 representantes da Bahia, 19 disseram "sim" para a ampliação da terceirização.
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