Dos 417 municípios baianos, 214 se encontram em situação de emergência por conta da seca. Ou seja, mais da metade (cerca de 52%) das cidades do estado. Os dados são da Superintendência de Proteção e Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec), atualizados nesta segunda-feira, 27. Entre os municípios atingidos pela estiagem está o de Manoel Vitorino, distante a 103 km Salvador. Moradores daquela localidade têm enfrentado grandes dificuldades na lavoura e na criação de gado.
Para o lavrador e morador da cidade, senhor Antonio Galdino de Souza, de 58 anos, que vive com a esposa e mais dois filhos em Manoel Vitorino, há mais de 15 anos, ver sua lavoura e a seu pouco gado morrerem por falta d'água é um sofrimento constante. "As plantações e as criações de gado são nossas fontes de renda, nosso meio de sobrevivência. É muito sofrimento ter que conviver com essa situação. Isso aqui é a nossa vida. Nós precisamos de chuva, nós precisamos de ajuda", apela Galdino.
Ao relatar os transtornos que já passou nesses 15 anos na região, o lavrador considerou o ano de 2016 o pior de todos os anos em relação a falta de chuva . "Moro aqui desde 1º de julho de 1981, e já passei por muitas secas nessa vida, mas pra mim, o ano passado (2016) foi o pior de todos eles. Tivemos chuva no mês de janeiro, depois disso, só veio chover em novembro e mesmo assim em pouca quantidade", disse.
Rio de Contas - A 200 metros da casa de Antonio está localizado o rio de Contas. E, da pouca água que ainda sobra desse rio, ele e outras famílias aproveitam para tomar banho, cozinhar, lavar. Mas, assim como as plantações e os gados, o rio também vem sendo atingido pela seca, causando mais aflição para as famílias que têm nele uma fonte de sobrevivência. “Peço a Deus que mande chuva, porque, se esse rio secar, será mais um sofrimento para nós. A vida de quem mora na zona rural não é fácil”, contou o morador de Manoel Vitorino.
Ele ainda lamentou a situação de desperdício da água por parte da população. “O que mais me dói é saber que enquanto estamos sofrendo por falta d’água, muitas pessoas por aí usam a água como se ela fosse uma fonte que nunca vai acabar. Se elas soubessem o quanto é doloroso viver nessa escassez, talvez elas se conscientizassem sobre a necessidade de preservar esse bem tão precioso”, disse Antônio. (As informações do A Tarde)
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