terça-feira, 7 de março de 2017

VIOLÊNCIA DEIXA MORADORES DO CANDEAL AMEDRONTADOS; FACÇÕES DISPUTAM O COMANDO

Na companhia do medo. É assim que vivem hoje os moradores do Candeal. No último domingo, dois corpos foram encontrados no bairro, que desde dezembro do ano passado vem perdendo a tranquilidade. Em todo 2016 foram quatro mortes no bairro. Agora, em pouco mais de dois meses, já somam seis e a insegurança deixou de ser uma situação restrita aos moradores da parte baixa da região – onde ficam casas mais humildes. Um dos corpos foi encontrado na parte alta – onde há moradores de classe média. Crimes podem estar relacionados à rivalidade entre duas facções.

Por volta da 5h30 do último domingo, na Rua José Pedreira, uma via que liga o Candeal a Brotas, moradores dos prédios acordaram com o barulho das sirenes. “Para um dia de domingo, todo mundo esperava levantar tarde, mas não. Havia muita polícia”, contou a dona de casa Madalena Vieira, 53.

O corpo de um homem não identificado, com marcas de tiros, tinha acabado de ser encontrado pela polícia. “Fiquei perplexa. Isso nunca aconteceu aqui. O que virou rotina são os roubos de carro e celular”, disse Madalena. Segundo ela, os roubos são cometidos em sua maioria por dois homens em uma moto ou três homens em um carro. “Chega a ter três, quatro casos por dia”.

A Rua José Pedreira é cercada de prédios. Os únicos estabelecimentos comerciais são uma padaria, um salão de beleza, uma oficina e uma academia – último estabelecimento a fechar as portas (21h). “Quando a academia fecha, isso aqui vira um breu. Antes era um bar, que ficava até mais tarde, mas o dono resolveu fechar porque não aguentou toda hora ser assaltado”, contou o professor universitário Matheus Lima, 53.

Segundo Lima, depois das 21h, é um dos horários mais perigosos. “Muitos estudantes estão chegando e é o momento que eles (ladrões) gostam de agir. Têm preferência por atacar mulheres. No meu prédio, três já foram roubadas”, contou. (As informações do Correio)

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